O presidente de Burkina Fasso, Roch Kabore, foi detido por soldados em um acampamento militar, segundo informou a agência de notícias Reuters nesta segunda, 24.
A notícia vem um dia após intenso tiroteio na residência oficial do mandatário, na capital do país, Uagadugu.
O país da África Ocidental, com 21 milhões de habitantes, assiste a confrontos contínuos em instalações militares, com soldados exigindo mais apoio na luta contra insurgentes islâmicos.
Ao longo dos últimos anos, Burkina Fasso e países vizinhos, como Níger, têm sido assolados por bombas, massacres e sequestros.
O governo descartou que um golpe de Estado esteja em curso, mas o paradeiro exato de Kabore, que ocupa a Presidência desde 2015, ainda é desconhecido.
Diversos veículos blindados da frota presidencial, cravejados de balas, podiam ser vistos perto da residência do presidente na manhã desta segunda, sendo um deles com manchas de sangue.
Onda de protestos
O chefe de Estado burquinense enfrentou ondas de protestos ao longo dos últimos meses, em grande parte impulsionadas pela frustração com a incapacidade nacional de conter os insurgentes, muitos membros de grupos terroristas, como o Estado Islâmico e a Al Qaeda.
Manifestantes saíram às ruas no domingo 23 em apoio ao levante militar e saquearam a sede do partido político de Kabore, o Movimento Popular para o Progresso.
O governo, então, decretou toque de recolher durante a madrugada e fechou as escolas por dois dias.
Burkina Fasso
Burkina Fasso é um dos países mais pobres da África Ocidental, ainda que produza ouro. Grupos terroristas controlam partes do país, levando a ondas de deslocados internos e ao esgotamento dos recursos. O país foi uma colônia francesa, até conquistar a independênciaE em 1960.
A Embaixada da França em Burkina Fasso aconselhou seus cidadãos no país a não saírem ao ar livre nesta segunda, informou que as escolas francesas permanecerão fechadas até terça-feira 25 e que dois voos da companhia Air France com destino ao país foram cancelados.