O jornalista polonês Andrzej Poczobut, 49 anos, foi condenado pela ditadura de Belarus a oito anos de prisão, por envolvimento em “ações que prejudicam a segurança nacional” e por “incitação ao ódio”, informou o Supremo Tribunal do país. O jornalista, que está preso desde 2021, trabalhava no país como correspondente do jornal polonês Gazeta Wyborcza, um dos mais importantes do país.
Depois da decisão, a Polônia rechaçou a condenação e classificou a sentença como injusta e de motivação política. “É um veredicto desumano do regime de Belarus e mais um ato de perseguição ao povo polonês no país”, escreveu nas redes sociais o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, acrescentando que o governo fará de tudo para ajudar o jornalista.
Ainda segundo o governo da Polônia, o jornalista é perseguido pelo regime comandado por Aleksandr Lukachenko, por ter pedido sanções internacionais contra Belarus.
Reação à decisão do “STF” de Belarus
O governo da Polônia anunciou que fechará, a partir desta sexta-feira, 10, uma importante passagem de fronteira com Belarus na região de Bobrowniki — um dos principais pontos de travessia entre os países.
Em comunicado, o ministro do interior, Mariusz Kaminski, limitou-se a dizer que a decisão foi motivada por “interesses de segurança de Estado”, sem mencionar o caso de Poczobut.
Em relação à condenação do jornalista, Kaminski informou que pedirá mais sanções contra pessoas ligadas ao ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko.
A sentença também foi criticada por ativistas dos direitos humanos. A líder da oposição de Belarus no exílio, Svetlana Tikhanovskaia, disse que o veredicto é uma “vingança pessoal” do líder.
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