O Talibã aprovou nesta quinta-feira, 13, seu primeiro orçamento desde que retomou o controle do Afeganistão. De acordo com o Ministério das Finanças, os fundamentalistas islâmicos não consideraram nenhum recebimento de ajuda internacional nos primeiros três meses de 2022.
“Pela primeira vez em décadas, elaboramos um orçamento que não depende de ajuda internacional”, disse Ahmad Wali Haqmal, porta-voz da pasta. “É um grande êxito para todos nós.”
Desde a volta dos talibãs, as potências democráticas suspenderam as doações ao Afeganistão. A ajuda internacional representava até 80% do orçamento do país asiático. O novo plano financeiro do grupo fundamentalista, aprovado nesta terça, é de 53,9 bilhões de afghanis (R$ 2,84 bilhões). A quase totalidade do orçamento (49,2 bilhões de afghanis) é destinada às despesas do governo.
O Talibã decidiu que o ano fiscal passará a ser baseado no calendário solar. Isso significa que o início do ano começará por volta de 21 de março. O próximo orçamento, em formulação por Haqmal, será apresentado depois dessa data.
Diante da grave crise de liquidez motivada pela suspensão da ajuda internacional, a maioria dos salários dos funcionários do Talibã não é paga com frequência. Assim que os fundamentalistas voltaram ao poder, os Estados Unidos congelaram US$ 9,5 bilhões de reservas do Banco Central do Afeganistão. Isso equivale à metade do PIB do país asiático em 2020.