O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmajo, anunciou nesta segunda-feira, 27, a suspensão do primeiro-ministro do país por suspeita de corrupção.
O premiê, Mohammed Hussein Roble, chamou a ação de “tentativa de golpe”. Há uma disputa de poder entre os dois líderes, gerando temores de mais instabilidade no país.
O presidente acusa o premiê de se apropriar de terras pertencentes ao Exército somali e de interferir em uma investigação do Ministério da Defesa.
“Quero dizer aos somalis que os passos tomados pelo ex-presidente Mohamed Abdullahi Farmajo foram uma tentativa aberta de golpe contra o governo e a Constituição nacional”, declarou Roble, na conta do Facebook da agência de notícias estatal Sonna.
O porta-voz do governo, Mohamed Ibrahim Moalimuu, disse que a ação do presidente é inconstitucional e que Roble continuaria com suas funções.
A Embaixada dos Estados Unidos pediu a redução da escalada de violência de ambos os lados no país africano.
É a última rodada em uma disputa de longa data entre os dois líderes.
Em abril, combatentes pró-governo e da oposição foram mortos a tiros nas ruas da capital, Mogadício, depois que Farmajo estendeu seu mandato de quatro para seis anos, sem realizar eleições.
A crise constitucional foi aplacada quando o presidente reverteu sua decisão e Roble negociou um calendário eleitoral.
Nos meses seguintes, porém, a rivalidade entre os dois políticos atrapalhou novamente a votação e gerou tensões com os aliados ocidentais.
No domingo 26, Farmajo e Roble acusaram um ao outro de atrasar as eleições parlamentares em um país dividido por ataques de militantes radicais islâmicos e rivalidades entre clãs.
Nesta segunda-feira, além de suspender os poderes do premiê, o presidente também anunciou que retirou do cargo o comandante das forças da Marinha, general Abdihamid Mohamed Dirir, enquanto outra investigação de corrupção está sendo realizada.