Na Alemanha, trabalhadores da Volkswagen começaram uma greve, nesta segunda-feira, 2, depois de um impasse com a diretoria sobre a redução de custos na empresa. A montadora já anunciou planos para demitir funcionários e fechar algumas fábricas no país.
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Essas greves, temporárias e destinadas a pressionar a administração da empresa durante as negociações, ocorrem em nove das dez fábricas na Alemanha. A Volkswagen, maior montadora da Europa, emprega cerca de 300 mil pessoas.
A divergência entre a montadora e os sindicatos
O impasse ainda piora, porque há uma divergência entre a direção da montadora e os sindicatos. Ambos os grupos divergem sobre como lidar com a queda na demanda por veículos elétricos, sobre os custos operacionais elevados e sobre a concorrência crescente de fabricantes chineses.
Na principal fábrica da Volkswagen, em Wolfsburg, trabalhadores participaram de um comício no qual Daniela Cavallo, chefe do conselho de trabalhadores, criticou a administração por não retroceder na ameaça de fechar unidades.
“A empresa deve buscar um diálogo construtivo para encontrar uma solução que tenha apoio conjunto”, disse Daniela. No entanto, o diálogo entre a direção e os sindicatos não resultou em um acordo significativo sobre as medidas de reestruturação necessárias.
Volkswagen rejeitou propostas dos sindicalistas
Contudo, a Volkswagen rejeitou as propostas mais recentes dos sindicalistas. A empresa considerou-as insuficientes. Uma quarta rodada de negociações está agendada para 9 de dezembro.
A estrutura corporativa da Volkswagen concede aos trabalhadores uma forte influência nas decisões importantes. Isso complica a implantação unilateral de cortes de custos pela cúpula da companhia.
Além disso, a montadora enfrenta desafios como a competição crescente das montadoras chinesas, a redução no interesse por veículos elétricos e a estagnação da economia alemã.
Fechamento de fábricas na Alemanha
Em outubro, a empresa anunciou planos de fechar pelo menos três fábricas na Alemanha. Também pretende demitir milhares de trabalhadores e reduzir os salários dos funcionários restantes em 10%.
Em assembleia realizada em 22 de novembro, os trabalhadores votaram a favor das paralisações como forma de pressionar os dirigentes da Volkswagen. Na semana passada, o sindicato, por sua vez, propôs medidas que poderiam economizar em até US$ 1,6 bilhão por ano. Isso inclui a renúncia de bônus. A montadora, contudo, rejeitou a proposta.
Além da Volkswagen, outras grandes montadoras na Europa também anunciaram cortes de empregos. A Valeo, por exemplo, eliminará cerca de mil empregos. A Stellantis, por sua vez, planeja fechar sua fábrica de vans Vauxhall no Reino Unido. E a Ford cortará 4 mil postos de trabalho, principalmente na Alemanha e no Reino Unido.