Os cinco tripulantes a bordo do Titan, submarino da empresa OceanGate que desapareceu no Oceano Atlântico na segunda-feira 19, precisam encarar alguns desafios em busca da sobrevivência, como respirar o mínimo possível. É o que indica o mergulhador Joe MacInnis.
Médico por formação, MacInnis fez duas viagens aos destroços do Titanic, navio que naufragou em abril de 1912 e que inspirou a produção de filme homônimo que recebeu 11 estatuetas do Oscar. À CNN norte-americana, ele falou sobre a situação de quem está a bordo agora do veículo subaquático.
“Está frio, está escuro, então eles vão economizar energia”, disse o especialista. “Descansando, respirando o mínimo possível e tentando manter a calma. Essa é a coisa mais importante”, prosseguiu o mergulhador. No início da noite desta quarta-feira, 21, a conta é que restam menos de 24 horas de oxigênio no submarino.
Mergulhador fala sobre o desafio dos tripulantes do submarino em “respirar o mínimo”
Segundo MacInnis, há três riscos em situações como essas:
- incêndio;
- falha no casco; e
- emaranhados (ou seja, ficar preso aos destroços do Titanic).
“Essas são as coisas com as quais todas as pessoas que vão para o oceano profundo se preocupam seriamente”, confidenciou o mergulhador. “Estamos todos presos nesse turbilhão de emoções, da tristeza à esperança, medo e incerteza”, declarou, por fim, MacInnis.
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Parece mais um batiscafo do que propriamente um submarino. A pressão a 4.000 metros de profundidade ultrapassa 500 atmosferas (ATM). Quem já fez um mergulho a 5 ou 10 metros já percebeu o notável aumento de pressão. Um pneu de carro tem em média 2 ATM, alguns até 3 ATM. Na Segunda Guerra Mundial os alemães fabricaram os melhores submarinos (U-Boat) e os estaleiros costumavam indicar a profundidade máxima (segura) aos 120 metros. Mas há relatos de alguns comandantes que ousaram levar seus submersíveis a profundidades maiores para escapar das bombas de profundidade. Alguns chegaram a 200 metros ou talvez um pouco mais. Foram os que tiveram sorte para contar a façanha, pois os azarados tiveram seus cascos destruídos pela pressão. Os submarinos nucleares parecem atingir profundidades maiores, talvez 500 metros, mas é sigilo militar. O resgate deste batiscafo parece ser uma tarefa bastante complicada, mas tomara que dê certo.