Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, compareceu ao Tribunal Federal de Miami nesta terça-feira, 13. Diante do magistrado Jonathan Goodman, o republicano se declarou inocente das 37 acusações criminais por suposta retenção de documentos secretos do governo norte-americano.
“Trump está em uma posição muito única”, disse a advogada do ex-presidente dos EUA, Alina Habba. “Ele não é um risco de fuga. É o principal candidato do Partido Republicano no momento. Ele está passando por um processo que foi coordenado com o Serviço Secreto, e tudo será tratado sem problemas.”
Trump deve ser liberado da custódia depois da audiência, enquanto aguarda o julgamento. A condição: o ex-presidente deve retornar ao tribunal quando for requisitado.
Outras acusações contra Trump
Em 30 de março, a Justiça de Nova Iorque indiciou criminalmente o ex-presidente dos EUA. Ele teria subornado uma estrela pornô na véspera das eleições de 2016. É a primeira vez na história norte-americana que um ex-presidente enfrenta acusações criminais.
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A formalização do processo ocorreu na semana seguinte, quando a Justiça explicou as acusações contra Trump. Em 21 de março, o ex-presidente pediu que apoiadores fizessem protestos a seu favor.
Trump teria pago pelo silêncio da atriz pornô Stormy Daniels, que dizia ter tido um caso com o republicano. O montante de US$ 130 mil teria sido pago pelo advogado Michael Cohen e reembolsado por Trump no ano seguinte — enquanto o político já estava na Casa Branca. Os promotores suspeitam que esse gasto se referiu a despesa de campanha não declarada.
Um grande júri especial, uma espécie de júri popular que não pode condenar nem absolver alguém, considerou que o material apresentado pelo promotor Alvin L. Bragg é robusto o suficiente. Esse júri analisa as provas apresentadas por um promotor e determina se há evidências para seguir com o processo.
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Trump disse que o indiciamento “é perseguição política e interferência na eleição no nível mais alto na história”. O ex-presidente também criticou Bragg, o promotor. “Em vez de impedir a onda de crimes sem precedentes que toma conta da cidade de Nova Iorque, o promotor está fazendo o trabalho sujo de Joe Biden — ignorando os assassinos, os roubos e as agressões nos quais deveria se concentrar”, escreveu.
A decisão não impede Trump de concorrer novamente à Casa Branca. Ele próprio ressaltou que irá disputar novamente a eleição presidencial, durante evento no Estado da Geórgia.
Trump sofre lá o mesmo tipo de perseguição feroz combinada que fazem aqui contra Bolsonaro, pra torná-lo inelegível. É a e mesma armação. Não é coincidência. Só quem nasceu ontem ainda não caiu a ficha.