O governador da Flórida, Ron DeSantis, substituiu a chefe da sua turbulenta campanha à Presidência dos Estados Unidos. O republicano quer ser o nome do partido para enfrentar Joe Biden em 2024, mas segue atrás do ex-presidente Donald Trump, que tem ampla vantagem nas pesquisas de intenção de voto para as primárias.
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Nesse cenário, ele decidiu levar para a arena nacional o chefe de gabinete na Flórida, James Uthmeier. O aliado fiel vai assumir o lugar de Generra Peck, que liderou a bem-sucedida campanha de Ron DeSantis pela reeleição ao governo no ano passado. Ela segue como estrategista da equipe.
“James Uthmeier tem sido um dos principais conselheiros do governador DeSantis por anos e é necessário onde mais importa: trabalhar com Generra Peck e toda a equipe para colocar o governador na melhor posição para vencer as primárias e derrotar Joe Biden”, disse o porta-voz da campanha, em nota.
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Com uma vitória esmagadora na Flórida, o governador saiu como um dos grandes destaques da eleição de meio de mandato. Por isso, havia muita expectativa em torno do nome dele para disputa à Casa Branca. A campanha, no entanto, tem patinado desde que foi lançada oficialmente em uma transmissão ao vivo no Twitter.
Nas últimas semanas, as dificuldades no financiamento causaram a demissão de quase um terço da equipe. Os assessores falam em “reinicializar” a campanha e apostar na imagem de “azarão”, com redução de custos e viagens.
Problemas na campanha de DeSantis para rivalizar com Trump
Os problemas, no entanto, ficaram ainda mais evidentes nesta semana com uma notícia preocupante que chegou da Comissão Federal de Eleições: o dinheiro que entrou em julho para as primárias caiu de US$ 9,2 milhões registrados inicialmente para US$ 6,6 milhões.
Os outros US$ 2,6 milhões que foram marcados de forma errada pela equipe como destinados às prévias, na verdade, só podem ser usados na eleição geral, apontou a comissão. Diante da crise, o governador da Flórida reestruturou a campanha pela terceira vez em menos de um mês.
Entre os apoiadores, alguns veem a troca como um sinal de correção nos rumos. Outros parecem mais céticos e acreditam que Ron DeSantis deveria buscar nomes experientes em disputas presidenciais.
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“Acredito que isso é reorganizar as cadeiras do convés do Titanic”, disse um dos responsáveis pela captação de fundos para a campanha ao jornal Washington Post, em condição de anonimato. Esse mesmo apoiador acredita que a equipe teria ficado confiante demais depois da vitória esmagadora na Flórida e relata que, passado esse momento de entusiasmo, ficou mais difícil levantar recursos. “Não há emoção. Não como há quatro ou cinco meses, com certeza”.
A equipe também será reforçada pelo assessor David Polyansky. O responsável pelo vídeo de apresentação da campanha agora será o número dois no comando da equipe. A expectativa é que ele desempenhe um papel fundamental pela experiência que tem nas primárias de Iowa, uma das grandes apostas de Ron DeSantis para alavancar a candidatura à Presidência dos Estados Unidos.
Donald Trump, o grande rival dentro do Partido Republicano, desdenhou da mudança. Nas redes sociais, o ex-presidente disse que a campanha do governador está em colapso e que é hora de o partido “se unir”. Em pesquisa divulgada na semana passada, Trump aparece com 37 pontos de vantagem sobre Ron DeSantis, com um placar de 54% a 17% de intenção de voto para as primárias.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
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