Os Estados Unidos vão às urnas para eleger o novo presidente. Aquele que é considerado o líder mais poderoso do planeta.
O mundo acompanha os votos dos norte-americanos com a consciência de que terá consequências não só para os Estados Unidos, mas para todos os outros países.
E muitos, norte-americanos ou não, acreditam que esta é provavelmente a eleição mais importante da história dos EUA.
Aqui está um guia com tudo o que você precisa saber sobre o dia da eleição.
Quando se vota?
As seções eleitorais abrem entre 6h e 8h, no horário local, na terça-feira, 5, em todos os 50 Estados norte-americanos. Geralmente, as seções fecham às 20h.
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Isso significa que, quando fecham as seções, na noite da terça-feira na Califórnia, no Brasil será 1h da manhã do dia 6.
No entanto, mais de 80 milhões de eleitores, cerca de um terço do total previsto para ir às urnas, já votaram enviando suas cédulas por correio, conforme permitido por lei.
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Em média, quase metade do corpo eleitoral não vota. Todavia, nas últimas três eleições presidenciais, a participação aumentou: foi de 58% nas eleições de 2012 (vencidas por Barack Obama); 60% nas eleições de 2016 (vencidas por Donald Trump); e 66% nas de 2020 (vencidas por Joe Biden).
Em quem se vota?
Os principais candidatos à Casa Branca são a vice-presidente democrata, Kamala Harris, de 60 anos, e o ex-presidente republicano Donald Trump, de 78.
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Há também outros candidatos nas urnas, incluindo Chase Oliver, líder do partido Libertário, e Jill Stein, líder do Partido Verde.
Esta é a 60ª eleição presidencial americana.
Há também votação para os 435 assentos na Câmara dos Representantes, para um terço dos cem assentos no Senado, para 13 governadores e para 159 referendos estaduais, incluindo dez relacionados ao direito ao aborto e três à legalização da maconha.
Quem ganha a eleição dos Estados Unidos?
No sistema norte-americano, o vencedor da corrida presidencial não é o candidato que obtém o maior número de votos a nível nacional, mas aquele que obteve o maior número de “votos no colégio eleitoral”, ou seja, quem obteve o maior número de “votos eleitorais” ou “grandes eleitores”.
Cada um dos 50 Estados conta com um determinado número de grandes eleitores, proporcional à população do Estado.
No total, há 538 grandes eleitores em disputa. O mínimo necessário que um candidato deve vencer para conquistar a Casa Branca é de 270.
Como a grande maioria dos Estados vota historicamente no candidato democrata ou republicano, na prática existem apenas sete Estados indecisos a considerados decisivos para a vitória:
- Arizona
- Geórgia
- Michigan
- Nevada
- Carolina do Norte
- Pensilvânia
- Wisconsin
Nos últimos dias, parece ter-se acrescentado um oitavo Estado–chave, Iowa, que, no passado, esteve quase sempre ao lado do candidato republicano. Mas, agora, uma sondagem prevê surpreendentemente uma ligeira vantagem para a democrata Kamala Harris.
Em sete das últimas oito eleições presidenciais, o candidato democrata obteve o “voto popular”, ou seja, teve a maioria absoluta dos votos dos cidadãos.
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Todavia, isso não foi o suficiente. Por exemplo, em 2016, a democrata Hillary Clinton recebeu 3 milhões de votos a mais do que Trump a nível nacional, mas o republicano venceu por 304 a 227 o desafio que conta, o dos “votos eleitorais”.
O que dizem as pesquisas
A última sondagem publicada pelo jornal americano The New York Times coloca Harris e Trump empatados, com 48% na votação nacional.
Depois do desempenho desastroso do presidente Joe Biden no debate televisivo de 27 de junho, Trump manteve uma vantagem de 4 pontos sobre o então candidato democrata, que foi posteriormente convencido a retirar-se da corrida, sendo substituído por sua vice-presidente, que reequilibrou a disputa presidencial.
Nos sete “Estados indecisos”, as pesquisas indicam uma vantagem tão mínima para um ou outro candidato que cai dentro da margem de erro estatístico. Isso torna difícil prever como a eleição terminará.
Quando os resultados serão conhecidos
No passado, a agência de notícias Associated Press conseguia geralmente anunciar o vencedor na noite das eleições (e afirma ter previsto isso com precisão em 99,9% das vezes).
Normalmente, o perdedor admite a derrota nas primeiras horas da manhã. Mas em 2020 foi diferente.
Às duas e meia da manhã, Trump, que era o presidente em exercício, apareceu diante das câmeras na Casa Branca declarando que havia vencido e alegando que todos os votos contados a partir de então seriam fraudulentos.
O candidato republicano apareceu de fato na liderança na contagem de alguns Estados-chave, mas os resultados foram incompletos e sobretudo faltaram os votos enviados pelo correio, nos quais se previa uma grande vantagem para o seu adversário, Biden.
Biden acabou prevalecendo, com uma vantagem de 6 milhões de votos no voto popular e 306 a 232 grandes eleitores.
Trump acusou o adversário de ter “roubado as eleições”, uma disputa travada com contestações jurídicas e que culminou com o ataque ao Congresso em 6 de janeiro de 2021, dia em que os resultados deveriam ser certificados.
Neste ano, Trump já acusa os democratas de fraude eleitoral. Por isso, segundo vários analistas, anunciar o vencedor poderá resultar numa batalha ainda mais longa nos tribunais e nas ruas, a menos que Kamala Harris vença claramente em todos ou na maioria dos Estados–pêndulo.