O Reino Unido e a Austrália iniciaram a retirada das famílias dos funcionários de suas embaixadas na capital da Ucrânia, Kiev, nesta segunda-feira, 24. Isso porque a Rússia ameaça invadir o país. Em paralelo, a Organização do Tratado do Atlântico Norte anunciou que vai enviar tropas para o leste da Europa.
Conforme noticiou Oeste, os Estados Unidos também retiraram parentes de diplomatas, sobretudo depois de saber que a Rússia tem mais de 100 mil soldados na fronteira. Apesar de realizar exercícios militares em Belarus, que fazia parte da União Soviética, os russos negam que invadirão a Ucrânia.
A embaixada britânica informou que, além dos dependentes dos funcionários das embaixadas, “servidores não essenciais” também serão trazidos de volta para o Reino Unido. A Austrália passou a alertar seus cidadãos para não irem à Ucrânia e pediu às pessoas que a deixem por meios comerciais.
Otan em defesa da Ucrânia
Os países da Otan anunciaram hoje que vão reforçar a capacidade defensiva no leste da Europa, enviando tropas, aviões e navios para contrabalançar a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.
“A Otan continuará tomando todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, inclusive reforçando a parte oriental da aliança”, informou o secretário-geral do organismo, Jens Stoltenberg.
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Não há opção militar viável e Biden sabe disso.
O Pentágono está trabalhando em várias opções militares para reforçar a presença militar dos EUA na Europa Oriental, a implementação real dessas opções não é oportuna nem possível. Uma opção é deslocar forças que já estão na Europa. O Exército dos EUA mantém uma brigada blindada pesada rotativa na Europa e tem uma brigada de blindados leves e uma brigada de artilharia estacionada na Alemanha.É isso mais helicópetero e apoio logístico.
A transferência dessas unidades para a Polônia seria apenas para fins de demonstração – elas representam uma força de combate insustentável que seria destruída em um combate terrestre em grande escala contra uma ameaça russa dentro de horas, dias no máximo.
Os EUA podem enviar uma segunda brigada de tanques pesados para a Polônia, que pode usar equipamentos já armazenados em solo polonês. Esta brigada sofreria um destino semelhante se encontrasse o exército russo. Os Estados Unidos também podem implantar uma brigada aerotransportada. Ela também morreria.
Não há outras maneiras de enviar forças pesadas adicionais dos EUA para a Europa em uma escala e em um prazo que faça sentido. O problema não é apenas a movimentação de tropas de suas bases nos EUA (que levaria meses para se preparar), mas também a sustentabilidade dessas tropas quando chegarem à Europa. Comida, munição, água, combustível – a logística de uma guerra é complicada e não pode ser resolvida da noite para o dia.
Por Scott Ritter: Ele é um ex-oficial de inteligência dos EUA. Corpo de Fuzileiros Navais que serviu na antiga União Soviética implementando tratados de controle de armas, no Golfo Pérsico durante a Operação Tempestade no Deserto e no Iraque supervisionando o desarmamento de armas de destruição em massa.
Com todo respeito à autoridade do Sr Scott Ritter nesses assuntos, acho que não é exatamente assim que as coisas são.
Há, por exemplo, um episódio em que a China ia invadir a região do Tibete, e uma reunião de alto nível (militares, indústria de defesa e aviação civil) equacionou uma operação que parecia impossível (altitude extrema, distância extrema, logística tibetana, etc.), e as tropas paraquedistas americanas ficaram prontas para embarcar nas aeronaves em menos de 48 horas. O embarque foi abortado porque a ameaça se dissipou.
Quem é reservista do Exército Brasileiro (serviço militar obrigatório) e serviu em tropa de pronto emprego, sabe que basta um toque de corneta (exagerando) e, em menos de 24 horas, toda uma Brigada (cerca de 7 mil homens, pela Wikipedia) se posiciona fora do quartel, pronta para seguir em direção a um objetivo (que pode ser até um embarque para atravessar o Atlântico). A operação de apoio logístico ocorre em paralelo. Na invasão do Iraque de Saddam Hussein, divulgou-se que as tropas americanas romperam os paradigmas existentes quanto a “profundidade” do apoio logístico, e em pouquíssimo tempo dominaram o território iraquiano.
Essa é para os saudosos do “Armação Ilimitada”.
Jonas Torres, o Bacana (ai meu saquinho!), que tem pai americano, foi para os EUA e lá foi soldado paraquedista do Army. Em uma entrevista ele descreveu uma mobilização vertiginosa, da qual participou, para intervir em Granada.
Todas as forças militares de todos os países que prezam por sua defesa, possuem tropas de reação rápida para serem enviadas para operações, inclusive no exterior, dentro de um prazo de urgência.
E note-se que Putin não posicionou toda essa força lá da noite para o dia. Desde novembro de 2021 a inteligência ucraniana vem anunciando essa invasão. Se nada foi feito a respeito, é porque nada será feito.
Uma carta marcada pacientemente desde a caída da União Soviética!
Alguém ainda tem dúvida sobre o que vai acontecer ali?
E sobre os “anúncios” da OTAN, esqueçam!
Só acreditem quando a OTAN divulgar que está com 100 mil soldados na Ucrânia, prontos para repelir à invasão russa. Fora isso, é conversa para boi dormir.
O que se vê são os “aliados” da Ucrânia se retirando (discretamente, por meiso comerciais).
Mais uma vitória para o Putin.