O chefe da Inteligência Militar da Ucrânia, Kyrylo Budanov, disse que o país lutará para expulsar todos os soldados russos de seu território, incluindo a Península da Crimeia e outras regiões tomadas por Moscou em 2014. Para conquistar esse objetivo, o militar pediu às potências ocidentais que enviem armas de longo alcance e aviões de guerra aos ucranianos.
“Não conheço nenhuma fronteira, exceto aquelas de 1991″, disse o major-general, em entrevista ao The Wall Street Journal, referindo-se ao ano da independência da Ucrânia da União Soviética. “Quem pode forçar a Ucrânia a congelar o conflito? Esta é uma guerra de todos os ucranianos, e, se alguém no mundo pensa que pode ditar à Ucrânia as condições sob as quais pode ou não se defender, está seriamente enganado.”
Relacionadas
Budanov disse que seu país necessita urgentemente de um sistema de mísseis de médio e longo alcance, artilharia de grande calibre e aeronaves de ataque. “Já começamos uma ofensiva em alguns pontos, mas um ataque em larga escala sem armas potentes será muito difícil”, observou.
Com as negociações de paz paralisadas, as forças ucranianas têm empurrado os militares russos de volta para a região nordeste de Kharviv. Nos próximos meses, disse Budanov, os ucranianos pretendem expulsar os russos das áreas ocupadas no sul do país, como Donbass.
O major-general também criticou alguns líderes ocidentais, que hesitam em enviar armamentos de longo alcance para o Exército da Ucrânia. “Estamos travando uma guerra em nosso próprio território”, ressaltou. “Se alguém pensa que devemos ter restrições ao uso de alguns tipos de armamentos, gostaria de lembrá-los que a Rússia usa absolutamente todos os tipos de armas, desde mísseis lançados por submarinos até bombardeios estratégicos. Exceto as armas nucleares, todas as demais foram usadas pelos russos.”
Relacionadas
Budanov avalia que a Rússia tem os meios para continuar a lutar até o fim deste ano, mas considera que Moscou já sofreu uma derrota estratégica. “Vladimir Putin está em um beco sem saída”, afirmou. “Ele não pode parar a guerra nem pode vencê-la. Não pode vencê-la por razões objetivas. E para pará-la, deve reconhecer que a Rússia não é o Estado forte que o presidente queria retratar.”
Para o militar ucraniano, a dificuldade de a Rússia controlar Kiev pode fazer Putin sofrer pressão dentro de seu próprio país. “Se a população perceber que o czar não é tão grande e poderoso quanto finge ser, é um passo para a destruição do Estado da Rússia”, analisou.
Leia mais: “A Ucrânia balança o mundo”, artigo de Flavio Morgenstern publicado na Edição 101 da Revista Oeste
Sonhar é de graça.
Esse pessoal está pedindo armas desde o início do conflito, das duas uma: Ou não receberam nada, ou receberam armas ultrapassadas e ou inoperantes. Agora fica a questão fundamental: pela quantidade de armas que estão pedindo, obviamente junto com elas devem ir as munições às toneladas. Pergunta-se: Vai ter tropa capacitada a operá-las em quantidade igual?