O Tribunal Geral da União Europeia rejeitou, nesta quarta-feira, 27, um recurso apresentado pelo canal informativo de televisão e internet RT France (o antigo Russia Today), controlado pelo Kremlin, e manteve a suspensão que vigora desde março, como sanção à invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Logo após a decisão do tribunal, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu uma resposta semelhante aos canais europeus.
De acordo com a decisão, o tribunal considera que a “interdição temporária e reversível” de transmissões da filial francesa do canal internacional russo não fere a liberdade de expressão, como alegou a emissora, no recurso. Segundo o Tribunal da UE, a suspensão é “proporcional”, na medida em que é “adequada e necessária”, considerando as medidas restritivas impostas contra a Rússia, em guerra com o país vizinho.
Acusados de ser instrumentos de desinformação e propaganda do Kremlin, os meios de comunicação Sputnik e RT, incluindo a sua versão francesa RT France, estão proibidos, desde 2 de março, de transmitir nos países do bloco europeu. A suspensão atinge transmissões na televisão e na internet.
Nos meios de comunicação europeus e em canais do YouTube seguem as discussões sobre censura aos europeus, privados das informações dos canais russos, ou se a questão é um legítimo direito em meio à guerra.
O RT France já anunciou que vai recorrer dessa decisão no Tribunal de Justiça da UE.
Já o presidente russo, Vladimir Putin, por meio do porta-voz, prometeu medidas semelhantes à dos europeus. “É claro que vamos tomar medidas semelhantes de pressão sobre a comunicação social ocidental que opera no nosso país”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária. “Também não vamos deixá-los trabalhar no nosso país, e, nesse sentido, a nossa posição não será branda”, garantiu.
Se a questão é a liberdade de expressão, pergunto: nesses canais russos, quem é contra a guerra ou contra posições do sr. Putin, pode se manifestar?