Uma garota caminha olhando para seu celular entre as árvores e podemos quase ver as mensagens que ela confere no WhatsApp. Só tem um detalhe estranho: a moça foi retratada num quadro de 1860 pintado pelo austríaco Ferdinand Georg Waldmüller.
O quadro está exposto no Rijksmuseum, de Amsterdã, e o jornal Jerusalem Post mostra em reportagem como nossa atual percepção do mundo interfere na forma como vemos o passado. Os visitantes do museu se espantam com o quadro, mas o porta voz do museu esclareceu: “O que parece um iPhone é na verdade um modo comum de comunicação no século 17 – uma carta”.
Outro quadro que causa reação semelhante é o “Homem Entregando uma Carta a uma Mulher na Sala de Entrada de uma Casa”, pintada em 1670. A garota à direita também parece estar olhando para seu celular:
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O escocês Peter Russell escreveu sobre essa mudança de percepção: “O que me espanta mais é o quanto uma mudança na tecnologia mudou a interpretação da pintura, e de certa maneira todo o seu contexto. A grande mudança é que em 1850 ou 1860 qualquer pessoa teria reconhecido o objeto que a mulher segura como um salmo ou um livro de orações. Hoje, ninguém consegue olhar a cena sem observar a semelhança da cena com uma adolescente envolvida num aplicativo de rede social em seu smartphone”.
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O segundo quadro está mais para uma fotografia do que para um quadro. Perfeito. Quero ver alguém nos dias de hoje com peito para um trabalho desses. Duvido. Se o pintor for esquerdista, então, não faltará uma barra de concreto.
Não é uma carta e sim um livro de orações!
Mas as semelhanças param aí.No quadro de 1670, tem um jovem agachado, com uma flor na mão,talvez,fosse o namorado da jovem tentando surpreendè-la.Hoje,seria um assaltante de celular ou quiça até um estuprador esperando sua vítima.
A “garota à direita”, na verdade, é o homem do título do quadro de 1670.