Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro, 142 crianças foram mortas e 229, feridas. O balanço foi divulgado pelo diretor de emergências do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Manuel Fontaine, nesta segunda-feira, 11.
“Nós sabemos que esses números podem ser muito maiores, e eles foram causados por disparos ou pelo uso de explosivos em áreas povoadas”, afirmou, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU.
Fontaine também falou sobre as crianças ucranianas que permanecem no país. Segundo ele, em apenas seis semanas quase dois terços delas foram deslocadas para outras regiões. “Elas tiveram de deixar tudo para trás: suas casas, suas escola e, em muitos casos, membros das suas famílias.”
“De aproximadamente 3,2 milhões de crianças que permaneceram em suas casas, quase a metade pode estar sob o risco de não ter alimento o suficiente. Ataques na infraestrutura do sistema hídrico e cortes de energia deixaram cerca de 1,4 milhão de pessoas sem acesso à água na Ucrânia. Outros 4,6 milhões possuem apenas acesso limitado”, acrescentou.
Problemas na educação
Manuel Fontaine também chamou a atenção para a presença de “explosivos remanescentes da guerra”. De acordo com ele, além de levar à morte e causar ferimentos nas crianças, essas armas contribuíram para a interrupção da educação infantil na Ucrânia.
“Em todo o país, o fechamento das escolas está impactando o aprendizado – e o futuro – de 5,7 milhões de crianças em idade escolar e de 1,5 milhão de estudantes de níveis mais altos. Na região de Donbass, uma geração inteira de crianças já viu suas vidas e educação suspensas durante os últimos oito anos de conflitos”, concluiu o porta-voz da Unicef.