Medida do governo conservador de Lacalle Pou não deverá afetar funcionários do setor da saúde
O presidente do Uruguai, Lacalle Pou, anunciou na quinta-feira passada, 26, que ele, os parlamentares e os ministros de Estado vão reduzir em 20% o próprio salário. A iniciativa de austeridade visa a realocar dinheiro público para o Fundo Coronavírus, uma das políticas do país para o enfrentamento da pandemia.
“Queremos dizer com enorme tranquilidade que sabemos que o Uruguai não passa por boa fase e que há inúmeras pessoas que ficaram sem trabalho, inúmeros uruguaios que não têm comida, e que todos temos de empurrar o carro, começando pelos governantes”, afirmou Lacalle Pou.
Além da redução nos rendimentos de integrantes do governo, que inclui parlamentares de todos os partidos políticos, haverá a retenção de 20% do salário de diretores de organizações autônomas e dos serviços descentralizados do país, a exemplo das empresas estatais.
O fundo anunciado será abastecido com dinheiro dos generosos contracheques e dos fundos de pensão de funcionários públicos — inclusive de ex-presidentes da República — que recebem mais de 80 mil pesos mensais (o equivalente a cerca de R$ 9 mil).
Lacalle Pou ressaltou que os cortes não deverão afetar funcionários do setor da saúde.
No Brasil
Conforme noticiou Oeste, há uma série de pedidos no Congresso Nacional para a redução dos rendimentos de parlamentares, que incluem o confisco de dinheiro dos fundos eleitoral e partidário (juntos, somam R$ 3 bilhões) para o enfrentamento da pandemia de coronavírus.
Em vários Estados brasileiros, há fundos bilionários (entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões) cujo dinheiro se encontra parado, segundo o economista Marcos Mendes. Os recursos poderiam ser direcionados para a saúde. Não só, a redução do salário de funcionários públicos bem remunerados seria uma alento nesta hora.
Se a medida de austeridade do governo uruguaiano virasse moda no Brasil e em outros países da América Latina, que por anos foram dominados pela social-democracia, o dinheiro dos pagadores de impostos seria gasto com aquilo que realmente importa.
Hora de cobrarmos dos servidores públicos o engajamento na luta contra esta fera diabólica. Mostrem patriotismo e espírito de colaboração, Senhores. A Vida e a Saúde agradecem. Não é justo o Setor Privado arcar sòzinho com o ônus desta pandemia. Participem. Nossas famílias serão beneficiadas com um gesto tão nobre.