Há algumas semanas, centenas de pessoas se reuniram nas ruas de Valera, no estado de Trujillo, para receber María Corina Machado, a principal figura política da oposição na Venezuela. Ela percorreu cidades rurais do estado para apoiar Edmundo González Urrutia, candidato da oposição às eleições presidenciais de 28 de julho. As informações são do jornal Estadão.
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Valera, um reduto chavista desde que Hugo Chávez iniciou a Revolução Bolivariana em 1999, viu até mesmo participantes de marchas pró-governo aplaudirem María Corina Machado.
Em um ônibus com o slogan “Nicolás é esperança”, os passageiros acenaram para ela no centro da cidade, demonstrando sinais de mudança no apoio popular.
Dias antes, María Corina Machado liderou grandes comícios em Portuguesa, um estado anteriormente com a maior porcentagem de votos chavistas. Essas reuniões ilustram a mudança política antes das eleições presidenciais mais importantes da Venezuela em uma geração, confrontando o regime ditatorial chavista com uma oposição unificada.
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Felix Seijas, diretor do instituto de pesquisas Delphos analisou que “uma pequena parte do chavismo soft sente curiosidade, mais do que simpatia, pelo que a oposição pode oferecer”.
María Corina Machado venceu as primárias de outubro de 2023 por esmagadora maioria, impulsionando sua trajetória política. As eleições regionais de 2021 mostraram o chavismo perdendo o estado de Barinas e dezenas de municípios rurais.
Migração impacta no apoio a candidato de María Corina Machado
A enorme crise de imigração, que resultou em cerca de 8 milhões de venezuelanos vivendo no exterior, também enfraqueceu o chavismo.
Mirla Pérez, pesquisadora do CEESP, observou que “a imigração desfez famílias”, e muitos veem em Machado a figura materna venezuelana. Apesar dos desafios, a mensagem de mudança de Machado ganha força.
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A oposição ainda enfrenta grandes desafios, incluindo possíveis ações judiciais e conflitos armados que podem adiar as eleições.
Paola Bautista de Alemán, cientista política, destacou que “não existem cartas de tarô ou bola de cristal revelando o que vai acontecer, mas podemos sentir que a mudança está no ar.”
Desafios econômicos e sociais
Juntamente com Machado, líderes da oposição como Henrique Capriles, Leopoldo López e Juan Guaidó apoiaram González Urrutia, ganhando terreno em estados anteriormente dominados pelo PSUV. A contração econômica e o colapso dos serviços públicos afetaram as áreas rurais, tradicionalmente chavistas.
Margarita López Maya, historiadora, explicou: “O que move fundamentalmente o chavismo é o clientelismo”. A estratégia de fornecer bônus e assistência alimentar pelo regime de Maduro foi eficaz, mas a estagnação econômica enfraqueceu esse apoio. Cerca de 65% dos venezuelanos ganham menos de $100 por mês, segundo a consultoria Ecoanalítica.
4É MELHOR A OPOSIÇÃO NÃO SOLTAR FOGUETES.
Creio que, infelizmente, os 6,1 milhões de venezuelanos que emigraram,fugindo da miséria bolivariana, não poderão votar. E, dos que lá estão, muitos não votarão livremente.
Concordo.
Mas tem que apear aquele deslumbrado do poder. Isso é fato.