A polícia de Paris desocupou nesta sexta-feira, 3, a Universidade Sciences Po, renomada instituição de ensino francesa, invadida por estudantes pró-Palestina. Diferentemente dos confrontos registrados nos Estados Unidos, onde também ocorrem protestos contra Israel, a ação transcorreu sem violência.
Cerca de 70 manifestantes antissemitas que estavam nos edifícios foram retirados pela polícia. Após a operação, a universidade permaneceu fechada, e as aulas estão acontecendo de forma remota.
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Um aluno, identificado apenas como Bastien, de 22 anos, disse à agência France Presse (AFP) que ele e outros manifestantes foram pacificamente retirados em grupos de dez pelos policiais.
Outro manifestante antissemita, que se apresentou apenas como Lucas e falou estar cursando mestrado, contou que “alguns estudantes foram arrastados e outros agarrados pela cabeça ou pelos ombros”.
Alguns manifestantes também esboçaram reclamar da “falta de assistência médica” para sete estudantes que iniciaram uma greve de fome como parte do protesto.
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Primeiro-ministro promete “rigor”
Agentes policiais estão fazendo a segurança ao redor do prédio da instituição, localizado na Rua Saint-Guillaume, na região central da capital francesa.
Paralelamente, a Sciences Po Lyon, situada na terceira maior cidade da França, e a escola de jornalismo de Lille também foram alvo de bloqueios por estudantes, conforme mostraram transmissões de emissoras locais.
O primeiro-ministro, Gabriel Attal, de centro-esquerda, afirmou que tais protestos seriam tratados com “total rigor”.
Predisposição ao diálogo
O líder da União dos Estudantes Judeus da França, Samuel Lejoyeux, destacou que os protestos no país têm sido mais pacíficos do que os dos EUA. Ele atribuiu essa diferença a uma maior predisposição ao diálogo por parte dos manifestantes franceses.
“Com a esmagadora maioria dos estudantes das universidades francesas, incluindo a Sciences Po, ainda é possível ter um debate”, disse Lejoyeux à emissora BFM TV. “Eu até acho que há um aumento do desejo por debate.”
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Saiba mais sobre a Sciences Po
A Sciences Po, amplamente considerada a principal escola de ciências políticas da França, com ex-alunos que incluem o presidente Emmanuel Macron, tem sido palco de ações estudantis em seus campi em todo o país em protestos pró-Palestina.