Em mais uma ação controversa, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou em carta aos líderes europeus que apenas Donald Trump pode mediar a paz na guerra da Ucrânia. A carta foi enviada nesta terça-feira, 16, ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e compartilhada com os outros 26 membros da União Europeia.
Desde que assumiu a presidência rotativa da UE no início do mês, Viktor Orbán tem se reunido com diversas lideranças para discutir o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Ele visitou Kiev, Moscou e Pequim, gerando críticas dos aliados ocidentais da Ucrânia e do presidente Volodymyr Zelensky.
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O primeiro-ministro da Hungria busca se posicionar como mediador, utilizando seus bons relacionamentos com Vladimir Putin, que invadiu a Ucrânia em 2022, e Xi Jinping. Agora, Viktor Orbán aposta em Trump, que é próximo do húngaro e é visto como favorito nas eleições contra Joe Biden, especialmente depois de sobreviver a um atentado no sábado 13.
A visita de Orbán a Putin foi duramente criticada em Kiev, Washington e outras capitais europeias. A relação entre o primeiro-ministro húngaro e o presidente da Rússia é de longa data e inclui diversos projetos energéticos conjuntos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Líderes europeus, como Charles Michel e Ursula von der Leyen, afirmaram que Orbán fala por si próprio, e não pela UE. A presidência rotativa de seis meses da UE tem caráter político e diplomático, mas não executivo.
“Posso dizer com certeza que logo após sua vitória eleitoral, ele [Trump] não vai aguardar pela posse, estará pronto para agir imediatamente como um mediador da paz”, disse Orbán na carta. “Ele tem planos detalhados e bem embasados para isso.”
Viktor Orbán critica Biden e sua atuação na guerra da Ucrânia
Sobre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Viktor Orbán foi conciso, ao afirmar que o presidente está “fazendo um esforço imenso para permanecer na disputa” e que “não é capaz de modificar a atual política pró-guerra de Washington” — e o conflito em andamento na Ucrânia.
O governo de Orbán tem enfrentado críticas e ameaças de retaliação. A Hungria já perdeu acesso a diversos fundos da UE por leis que restringiram o Judiciário. Há discussões sobre a retirada dos direitos de voto de Budapeste.
Ações da Comissão Europeia
Na segunda-feira 15, a Comissão Europeia vetou a participação de comissários em reuniões na Hungria durante a presidência de Orbán. Isso é inédito na história da UE, onde todos os membros têm igual poder de voto e veto.
Orbán tem utilizado essas tensões a seu favor na Otan, onde a Hungria é membro junto com outros 23 países europeus. Recentemente, Orbán segurou por mais de um ano a entrada da Suécia na Otan, em troca de benefícios políticos.
Estratégia de Orbán e a influência de Trump
A estratégia de Orbán parece depender da vitória de Trump nas eleições. Se Trump vencer, a dinâmica poderá mudar, especialmente ao considerar que os EUA são responsáveis por 70% dos gastos de defesa da Otan. Durante seu primeiro mandato, Trump afastou-se da Otan, levando Emmanuel Macron a declarar a aliança em “morte cerebral”.
Trump agora promete exigir maior participação europeia na Otan se for eleito. Desde que Putin anexou a Crimeia, em 2014, o número de países que atingem a meta de gasto militar de 2% do PIB na Otan aumentou de três para 23.
Orban está certo
Trump tem muito mais capacidade de dialogar que o Biden que sofre de demência.
Corremos até um risco de um conflito mundial pela incapacidade do presidente dos EUA atual.
Se caso Trump aconteça a Ucrânia terá momentos difíceis. Trump, desde a muito, é pau mandado de Putin.