Neste domingo, 17, a viúva do líder opositor Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, esteve na embaixada da Rússia em Berlim, na Alemanha, na fila de votação para as eleições presidenciais russas. Ela também apoiou a campanha de protesto “Meio-dia contra Putin”.
“Meio-dia contra Putin” é uma iniciativa do político liberal exilado Maxim Reznik, que classifica as eleições como uma “operação eleitoral especial” para mostrar unidade contra o presidente russo, Vladimir Putin, em uma eleição sem eleição. No pleito, os outros candidatos são vinculados ao Kremlin, o que garante que o atual presidente será reeleito.
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De acordo com informações da agência de notícias EFE, a campanha foi respaldada pelo próprio Navalny antes de sua morte na prisão, ocorrida em fevereiro. Os organizadores dão aos participantes diversas opções, desde boicotar a votação até anular a votação ou votar contra Putin.
A ex-porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, que continua trabalhando pela causa do falecido opositor, publicou um vídeo desse momento nas redes sociais. Entre aplausos de seus compatriotas, Navalnaya sorriu para agradecer o apoio.
Com um buquê de flores que alguém lhe deu, a viúva de Navalny esperou sua vez de votar. Dmitri, um jovem russo, disse ao jornal Berliner Morgenpost que conversou brevemente com Navalnaya para lhe dizer “que ela é muito corajosa”.
Ao sair da embaixada, Yulia também disse que os russos devem permanecer sendo corajosos e que “um dia, muito em breve, o povo irá vencer”.
Quem era Alexei Navalny, principal opositor de Vladimir Putin
Alexei Navalny tinha 47 anos e morreu em 16 de fevereiro em uma prisão de segurança máxima de Kharp, na Sibéria. Ele era o principal líder da oposição ao governo de Vladimir Putin.
De acordo com o Serviço Penitenciário Federal da Rússia (FSIN), Navalny morreu depois de uma caminhada, quando desmaiou e perdeu a consciência. O ativista ganhou destaque por satirizar a elite em torno de Putin. Ele também acusava o governo russo de corrupção.
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Sem assistência, Navalny foi de colônia em colônia até o extremo norte, onde vivia em exílio, sem receber notícias nem correspondências. Antes, ele sofreu uma tentativa de envenenamento em um avião, o que ele atribuiu ao líder do Kremlin.
A partir de agosto de 2022, Navalny esteve em celas de castigo 27 vezes, por mais de 300 dias. Os motivos variavam: desde um botão desabotoado na camisa até o fato de não ter colocado imediatamente as mãos atrás das costas, quando abordado por policiais.
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Durante sua prisão, médicos russos chegaram a enviar uma carta aberta a Putin, onde pediam para que parassem com o “abuso” contra o prisioneiro.
Navalny estava desaparecido desde 6 de dezembro de 2023, o que fez o governo dos Estados Unidos manifestar profunda preocupação com o bem-estar do ativista. O país norte-americano atribuiu às autoridades russas a responsabilidade pelo opositor.
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