Acredita-se que, em 2023, meio milhão de pessoas entrem ilegalmente no Panamá, vindas da Colômbia, através do Darién Gap. Nessa trilha, em meio a uma perigosa selva, costumavam passar anualmente apenas 20 mil pessoas. Mas uma das razões para esta crescente lista de fugitivos entrado no Panamá, todos com a esperança de chegar aos Estados Unidos, é o envolvimento de autoridades colombianas.
Muitos dos que fizeram a jornada de Darién, este ano, são venezuelanos. Há também africanos, cubanos, equatorianos e chineses.
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A denúncia foi publicada em artigo da jornalista Mary Anastasia O’Grady, vencedora do Prêmio Bastiat de Jornalismo e membro do conselho editorial do Wall Street Journal. Em sua coluna no domingo 19, a repórter fez duras críticas ao embaixador da Colômbia nos EUA, e também ao presidente colombiano, Gustavo Petro.
Anteriormente, em um artigo publicado em 3 de novembro, a jornalista afirmou que essas autoridades facilitavam o fluxo migratório através do Darién. Diante da repercussão do texto, o embaixador qualificou suas palavras como uma “insinuação de que a Colômbia pode estar ajudando e sendo cúmplice de atos criminosos”. Mary retrucou.
“O diplomata suaviza minha reportagem, pois eu não estava dando uma mera insinuação ou sugestão de que os colombianos trabalham com objetivos contrários aos dos interesses dos EUA”, escreveu no seu último artigo. “Eu estava fazendo uma inferência – que, segundo o dicionário, é ‘uma conclusão alcançada com base em evidências e raciocínio'”.
O contrabando de pessoas pelo Darién começa na zona sul do Golfo de Urubá. A maioria está indo para o norte, para a fronteira dos EUA. Em setembro, a CNN mostrou os migrantes sendo transportados em grandes e modernos barcos para a cidade de Acandi, que fica na fronteira com o mar do Caribe.
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Segundo o artigo do WSJ, o Ministério da Defesa da Colômbia atribuiu a operação ao cartel do narcotráfico conhecido como Clan del Golfo.
“No entanto, o negócio é gerido em plena luz do dia – com a assistência entusiástica do governo local”, delatou a jornalista.
‘Um odiador de Israel’
A jornalista ironiza o fato de o embaixador não ter contestado sua afirmação, no artigo, de que o presidente Gustavo Petro é “um odiador de Israel de carteirinha”.
“A oposição do presidente à única democracia no Oriente Médio não é segredo”, pontua. “Mais recentemente, ele acusou Israel de ‘genocídio’ pela sua tentativa de se defender do massacre de mais de 1.200 civis pelo Hamas, em 7 de outubro”.
Segundo a colunista, as ramificações da retórica desagradável do Sr. Petro contra Israel vão além da “perda de autoridade moral”. Ela lembra que Israel é o principal fornecedor de equipamento militar para Bogotá, mas agora suspendeu as exportações de defesa para o país sul-americano.
“Com o exército rebelde do narcotráfico Farc e outros grupos criminosos ganhando força, analistas de segurança em Bogotá alertam que a suspensão, se continuar, prejudicará gravemente a segurança nacional”, ressaltou Mary Anastasia O’Grady. “Não está claro se o Sr. Petro se importa”.