O Brasil conquistou sua primeira medalha na Olimpíada de Paris 2024 em um esporte no qual se tornou referência: o judô. E foi com o paulista Willian Lima, 24 anos, depois de uma campanha com ótimos resultados, ao vencer quatro adversários antes da final.
Na luta pelo ouro, ele encarou de igual para igual o então campeão olímpico Hifumi Abe, que vinha de uma sequência de 40 vitórias desde o título mundial de 2019. Por nunca ter lutado contra Abe, Willian precisou de um tempo para entender qual estratégia iria utilizar.
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Foi quando levou um waza-ari, justamente em um momento em que partiu para o ataque. Mesmo em desvantagem, ele seguiu ameaçando o adversário que, experiente, utilizou outro contra-ataque para aplicar novo waza-ari e vencer a luta.
No Instagram do COB, a entidade publicou um post que revela todo o entusiasmo gerado pela conquista de Willian.
“É prata para o judô brasileiro, a modalidade que mais nos premiou em Jogos Olímpicos! O Brabo tem nome! Vamos Willian!”
Preparação e confiança
De tão confiante que estava, no início Willian não se conformou com a derrota. Abaixou-se por alguns segundos no tatame, antes de se levantar e cumprimentar o adversário, agora bicampeão olímpico.
Willian teve uma intensa preparação para os Jogos, que disputou pela primeira vez. E, depois da disputa, ainda emocionado, mas conformado, se mostrou grato por pelo menos cumprir a promessa que fez para o seu filho: voltar para casa com uma medalha.
Atleta do Pinheiros, Willian tem como treinador o também medalhista olímpico Leandro Guilheiro, que ficou com o bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008. A classificação do judoca para a disputa do ouro levou o Brasil a uma final olímpica no judô masculino depois de 24 anos. A última vez havia ocorrido quando Willian, nascido em janeiro de 2000, tinha alguns meses de vida. E a prata conquistada por ele foi a 25ª medalha olímpica do judô brasileiro.
A trajetória de Willian até a final foi irrepreensível. Ele enfrentou judocas de países com tradição no judô, todos asiáticos. Na primeira luta, superou o uzbeque Sardor Nurillaev, com um waza-ari nos segundos finais. Depois, venceu Serdar Rahimov, do Turcomenistão, no Golden Score, por acúmulo de três shidos (punições) do adversário.
Nas quartas de final, a vitória foi no Golden Score (depois do tempo normal), por meio de um waza-ari aplicado em Baskhuu Yondonperenlei, da Mongólia. Nas semifinais, venceu por ippon, no Golden Score, o cazaque Gusman Kyrgyzbayev.