No início deste mês, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos elaborou um conjunto de sanções para aplicar contra Roman Abramovich, um dos principais oligarcas ligados ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Quando chegou a hora de anunciar as sanções, o Conselho Nacional da Casa Branca pediu que o Tesouro reconsiderasse a medida. A razão: o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aconselhou o presidente Joe Biden a não levar as retaliações adiante, porque o magnata poderia atuar como um intermediário de Moscou nas conversas sobre a pacificação do conflito no Leste Europeu.
O adiamento das sanções representa uma reviravolta inesperada na estratégia ocidental de punir oligarcas ligados ao Kremlin. Apesar de vários empresários russos terem se manifestado contra a invasão da Ucrânia, apenas Abramovich disse publicamente que está tentando pressionar Moscou a encontrar uma solução pacífica para o confronto.
Abramovich tornou-se alvo dos EUA logo depois da invasão russa. Desde o início da guerra, o magnata agiu cautelosamente, de maneira a evitar sofrer punições. Eventuais sanções contra os russos poderiam afetar o preço do aço, o que, na prática, impactaria sua fortuna. Isso porque Abramovich é dono de uma participação minoritária na Evraz, companhia que administra usinas siderúrgicas em Oregon e Colorado.
De toda forma, segundo The Wall Street Journal, a consulta de Biden a Zelensky ressalta as intenções norte-americanas de coordenar, ao lado do governo ucraniano, medidas para sufocar o governo russo.
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