Agenda da semana no Congresso

Mesmo com o “recesso” parlamentar antecipado, esta semana ainda deve ser agitada no Congresso Nacional. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), liberou o home office aos deputados, mas três agendas presenciais podem impedir que alguns parlamentares fiquem em seus respectivos Estados.

Na segunda-feira 26, a CPMI do 8 de janeiro inaugura a semana, às 9 horas da manhã, como o depoimento do coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal.

Preso há mais de quatro meses, Naime deve explicar os atos que ocorreram em 12 de dezembro — quando uma bomba foi encontrada nos arredores do Aeroporto de Brasília. O coronel é investigado no inquérito que apura suposta omissão de autoridades diante dos atos de vandalismo de 8 de janeiro, em Brasília.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), traçou uma linha de investigação que apura atos que ocorreram há mais de um mês do 8 de janeiro a fim de montar um “quebra-cabeça” com toda a história. A oposição, no entanto, discorda veementemente da ação da parlamentar.

Na terça-feira 27, é a vez do coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, ser ouvido na CPMI. Na semana passada, a revista Veja divulgou um relatório da Polícia Federal em que Lawand aparece trocando mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nas conversas, Lawand insiste para que Cid convença Bolsonaro a decretar uma intervenção militar. O coronel terá de explicar à comissão o teor de suas mensagens. Na sexta-feira 23, a defesa de Lawand solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele tenha o direito de permanecer calado durante o depoimento. A Suprema Corte ainda não deliberou sobre o assunto relacionado ao Congresso Nacional.

Já na quarta-feira 28, a Comissão de Segurança Pública da Câmara deve promover um debate sobre “as prisões ilegais de 8 de janeiro e o desrespeito às prerrogativas dos advogados”. Entre os mais de dez convidados, está o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que ainda não confirmou presença.

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