Durante uma sessão do Conselho de Ética da Câmara, realizada nesta quarta-feira, 4, o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) se mostrou desanimado com o andamento do processo movido pelo Partido Novo. A denúncia pode causar sua cassação.
O episódio que motivou a ação do Novo ocorreu em 16 de abril deste ano, quando Braga agrediu Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). Na ocasição, o psolista feriu a vítima com chutes. Depois, o parlamentar tentou agredir o também deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP).
Assim como na sessão realizada na semana anterior, ao longo de sua defesa, Braga alegou que é alvo de “perseguição”. Disse apenas ter reagido a um dos supostos “ataques coordenados” do MBL, que teriam ocorrido em sete outras ocasiões.
Braga voltou a acusar o MBL de ligações com “grupos nazistas” e afirmou que parte da perseguição contra ele vem de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. O parlamentar alagoano estaria tentando silenciá-lo.
O deputado pediu ao Conselho de Ética o arquivamento do processo contra ele, ao classificá-lo como um “ato de justiça”. Também insinuou que o conselho não estaria conduzindo o caso de maneira “justa”.
“O senhor Arthur Lira já sabe do resultado dessa reunião, mas isso não importa”, disse Braga. “Ele não pode continuar esse processo de perseguição para calar o meu mandato […] Não tenho ninguém para me defender dos abusos de Lira. Se o relator optar pela cassação do meu mandato, vou enfrentar o parecer com os elementos políticos que tenho.”
Além disso, Braga acusou Lira de favorecer deputados de direita. Como exemplo, citou a orientação de Lira para evitar depoimentos à Polícia Federal, dada depois de Marcel van Hattem (Novo-RS) ser indiciado por críticas a um delegado da PF.
Ao fim da sessão, Braga se dirigiu ao relator do caso e perguntou se havia alguma pergunta a ser feita. Depois de ter uma resposta negativa, afirmou que o relator já havia tomado sua decisão, argumentando que suas testemunhas e seu depoimento eram suficientes para provar a “injustiça” que estaria sendo cometida.
Brigão do Psol é defendido por Sâmia Bomfim
Depois da defesa de Braga, dois deputados fizeram o uso da fala: Sâmia Bomfim, colega de partido de Braga, e Padre João, do PT.
Durante seu discurso, Sâmia destacou o “esvaziamento” da sala onde ocorria a sessão, ao considerar a ausência de pessoas como prova da suposta “perseguição descabida” contra Braga. Ela também criticou a condução do processo, classificando-a como desproporcional em relação às acusações apresentadas na denúncia.
Reforçando as acusações feitas por ele contra Lira, a deputada defendeu a ideia de que o presidente da Câmara deve ser responsabilizado “por todo o mal que fez à nação”, citando o depoimento de Braga e o suposto “apadrinhamento” de Lira pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como exemplos.
Sâmia também criticou a suposta demora no andamento do processo de Braga, classificando-a como uma “maldade” contra o parlamentar, já que o caso está há meses em análise.
Ela acredita que o parlamentar não precisa se defender das acusações, já que estava sendo supostamente perseguido por integrantes do MBL. “Tudo isso é um absurdo, uma grande farsa montada”, declarou.
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Estes pulhas deveriam ser catapultados do Congresso, uma atrás do outro.
quais provas são necessárias? Foi gravado! O Congresso precisa fica livre desse doente.