O senador Renan Calheiros (MDB-AL) protocolou um pedido para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem. Com 45 assinaturas, o colegiado pretende investigar a atuação da petroquímica no afundamento de solo em Maceió, em Alagoas.
A expectativa é que a comissão seja instalada ainda em setembro. A Oeste, Calheiros explicou que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que vai ler o requerimento assim que voltar da viagem à ONU.
Além disso, Pacheco vai conferir as assinaturas e abrir um prazo para que os líderes partidários indiquem os senadores para a CPI da Braskem.
“Em Maceió, tivemos o maior crime ambiental do mundo”, disse Calheiros na quinta-feira 14. “Em função de uma mineração irresponsável, ditada pela necessidade de lucro selvagem, tivemos o afundamento de vários bairros de Maceió. Isso é inacreditável, pois o afundamento continua e 18 mil imóveis de vários bairros já foram indenizados, mas as vítimas não receberam nada além da indenização desses imóveis, ou seja, pela posse dos imóveis.”
Em Maceió, os trabalhos da Braskem causaram movimentações no solo, que levaram ao afundamento de cinco bairros. A Novonor, antiga Odebrecht, possui pouco mais de 50% do capital votante da petroquímica.
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Em 21 de julho, a empresa anunciou que fechou um acordo de R$ 1,7 bilhão com a prefeitura. A ideia é fazer uma compensação e ressarcimento integral em relação a qualquer dano causado pelas operações.
Segundo Calheiros, o acordo é “duvidoso” e mais de 200 mil pessoas foram afetadas diretamente. “Queremos que eles resolvam com as vítimas, que foram afetadas”, concluiu o senador.
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Isso não seria matéria para uma CPI local?