A petroquímica Braskem anunciou nesta sexta-feira, 21, que chegou a um acordo com o município de Maceió sobre o afundamento do solo em bairros da capital alagoana.
Segundo a empresa, os termos do acordo estabelecem a indenização — no valor de R$ 1,7 bilhão —, compensação e ressarcimento integral de Maceió em relação a todo e qualquer dano patrimonial e extrapatrimonial por ele suportado, e está sujeito à homologação judicial.
“Vale destacar que a celebração do termo de acordo global com o município de Maceió representa mais um avanço importante em relação ao tema de Alagoas”, afirmou a petroquímica, em comunicado. A empresa diz que R$ 700 milhões já haviam sido provisionados.
O afundamento do solo em Maceió
Mais de 14 mil imóveis foram condenados em cinco bairros de Maceió: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol.
Após décadas de mineração, parte da capital alagoana passa por um lento processo de afundamento do solo, que abre rachaduras em ruas, prédios e casas. Conforme a prefeitura, mais de 55 mil pessoas teriam de abandonar suas residências na região.
Os primeiros problemas começaram a aparecer em 2018, depois de uma forte chuva na capital. Com isso, surgiram as primeiras rachaduras. A situação piorou no mês seguinte, quando um tremor de terra foi sentido em diversos bairros.
Um ano depois das primeiras rachaduras, equipes do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmaram que a extração de sal-gema — minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC —, feita pela Braskem na região onde existiam falhas geológicas, provocou a instabilidade no solo. As rachaduras vistas nas ruas e nos imóveis são reflexo dessa movimentação.
Em maio de 2019, a petroquímica multinacional interrompeu a mineração e paralisou a operação da fábrica de cloro-soda na cidade. A operação só foi retomada em fevereiro de 2021, mas com sal importado do Chile.
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