A Advocacia do Senado autorizou, nesta terça-feira, 29, que a CPMI do 8 de Janeiro peça a delação premiada de qualquer investigado no âmbito dos atos relacionados ao 8 de janeiro. Inicialmente, a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), pediu a autorização da Advocacia para sugerir uma delação ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Conforme parecer obtido por Oeste, o colegiado pode propor — de maneira inédita — um acordo aos investigados. Preso desde 3 de maio deste ano, quando esteve na CPMI, Cid se recusou a responder qualquer questionamento. Na semana passada, na CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o militar também ficou em silêncio.
“A CPI, mediante aprovação da respectiva proposta pelos seus membros, é legitimada a firmar o acordo de colaboração premiada para todos os crimes em que há concurso de agentes”, informou a Advocacia.
Na ocasião, o criminalista Cezar Bitencourt, da defesa de Cid, disse que ele “tinha muito a falar”, mas que, por orientação do advogado, ficou calado. Na segunda-feira 28, Cid falou por dez horas à Polícia Federal.
A Advocacia do Senado, contudo, destacou que o Ministério Público precisa participar da delação premiada que a CPMI vai intermediar. Depois, o colegiado poderá informar à Justiça o acordo feito com o investigado. Caso Cid aceite, poderá ter sua pena reduzida.
Mauro Cid é acusado de falsificar cartões de vacinação. Ele ainda é citado em outras investigações, como a do 8 de janeiro por enviar mensagens e reunir documentos em seu celular para dar suporte a uma intervenção militar.
A coluna No Ponto analisa e traz informações diárias sobre tudo o que acontece nos bastidores do poder no Brasil e que podem influenciar nos rumos da política e da economia. Para envio de sugestões de pautas e reportagens, entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail [email protected].