Cracolândia: ‘Operação militar’ à vista

O governo de São Paulo pretende adotar estratégias dignas de operações militares para acabar com a cracolândia, um histórico problema da capital paulista.

O plano não é usar armas nem bombas, longe disso. A ideia do governador Tarcísio de Freitas é estruturar uma operação em que as polícias e os profissionais de saúde trabalhem em conjunto, de maneira ordenada.

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Interlocutores do Palácio dos Bandeirantes relatam que o objetivo é “empurrar” as várias cracolândias espalhadas por São Paulo para uma única região da cidade.

As polícias seriam responsáveis por conduzir os usuários de drogas para o local estratégico, enquanto os profissionais de saúde acolheriam os dependentes químicos nas estruturas montadas nos arredores.

“Não os deixaremos sair de lá”, disse um porta-voz do Palácio dos Bandeirantes.

O policiamento seria ostensivo na região, e os centros de reabilitação trabalhariam de maneira ininterrupta.

“Ninguém aguenta mais”

O governo paulista considera a cracolândia um problema mais complexo do que o previsto. Nem mesmo o carioca Tarcísio de Freitas, conhecedor dos problemas relacionados ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro, diz ter deparado com uma situação tão difícil.

Não à toa o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, entrou em cena. Outrora criticado por negligenciar esse problema histórico da capital, o emedebista decidiu endurecer o discurso contra as drogas e tentará atuar mais próximo de Tarcísio de Freitas, principal aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro no Estado.

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“Conversei com o Tarcísio para aprimorar ainda mais a questão da investigação, não dar trégua para o traficante”, disse Nunes, na sexta-feira 21. “O que vai ter daqui para a frente é a mão cada vez mais forte do Estado em cima do traficante. Vamos ser implacáveis, contundentes.”

O prefeito anunciou que haverá uma atuação conjunta da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Guarda Civil Metropolitana. Para Nunes, “ninguém aguenta mais que bandidos vendedores de crack prejudiquem a vida das pessoas”.

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