Depois que a Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira, 9, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a CPMI do 8 de Janeiro pode pedir uma acareação entre ele e alguns integrantes da PRF.
A informação é da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que aponta indícios de interferência de Silvinei nas operações da corporação durante as eleições de 2022.
“Nos relatórios da polícia e nas ordens de serviços (OSs) constavam o direcionamento dos policiais para a Região Nordeste e um aumento exponencial de diárias”, explicou Eliziane. “Existiu um aumento em relação a essa quantidade de policiais e houve uma concentração exagerada na Região Nordeste. Esses relatórios para as operações foram construídos com a presença do Silvinei, em reuniões que ele pediu a retirada dos celulares dos policiais. Diante desses fatos, pode haver uma acareação entre o Silvinei e esse segundo escalão que participou dessas reuniões.”
A CPMI apura a conduta de Silvinei Vasques no comando da corporação no segundo turno eleitoral de 2022, quando aconteceram diversas operações no Nordeste.
A atuação de Vasques teria interferido no trajeto de eleitores do presidente Lula. O motivo seria o favorecimento da candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Quando prestou depoimento à CPMI, o ex-diretor da PRF negou ter direcionado as operações contra os eleitores de Lula.
A PF prendeu Vasques em Florianópolis, em Santa Catarina. Entre os crimes investigados estão prevaricação (que é quando um servidor público deixa de exercer o seu dever), violência política e impedir ou atrapalhar a votação. Silvinei Vasques teria supostamente interferido no resultado do segundo turno das eleições de 2022.
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