Durante a primeira oitiva da CPMI do 8 de Janeiro, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), negou que as operações que aconteceram durante as eleições no Nordeste foram direcionadas aos eleitores do presidente Lula.
“Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos também eram eleitores do presidente Lula”, declarou. “Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como. Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem e-mail enviado?”.
Silvanei explicou aos membros do colegiado que a região não foi alvo de operações excessivas e que, em 30 de outubro, apenas cinco ônibus foram apreendidos no Nordeste.
Nas eleições de 2022, o deputado eleito e atual ministro Paulo Teixeira acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) denunciando um suposto favorecimento da candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro por parte da PRF.
Durante o depoimento à CPMI, Vasques disse que tinha conhecimento apenas da “Operação Eleições 2022” e não da “Operação Trânsito Livre”. A fim evitar abstenções entre os mais pobres no Nordeste, o PT incentivou os prefeitos aliados a disponibilizarem ônibus gratuitos no pleito.
Desse modo, por ordem de Vasques, a corporação teria atuado para impedir que esses eleitores fossem votar. No entanto, o ex-diretor da PRF ainda explicou que, em 30 de outubro, apreendeu apenas cinco ônibus que estavam irregulares na região.
“Auxiliamos as pessoas que estavam nos veículos a serem conduzidas ao local de votação”, explicou. Eliziane, porém, disse que foram 48 ônibus apreendidos nos três dias de operação.
A fonte da relatora é o Ministério da Justiça e a de Vasques é um sistema de inteligência da PRF. “Não existiu nos registros auditados pela PRF nenhuma obstrução nas nossas operações”, continuou Vasques.
No início da oitiva, Vasques agradeceu a oportunidade de estar no colegiado e disse que iria combater a “maior injustiça” que já aconteceu na história da PRF.
Relação de Vasques com Bolsonaro
Além de negar a existência um decreto de sigilo de cem anos, o ex-diretor esclareceu que sua relação com o ex-presidente “sempre foi profissional”.
“Nunca votei nele por que meu título está em Florianópolis, em Santa Catarina”disse. “Tirei foto com ele, pois foi único presidente que me deixou tirar foto. Ele me ligava às vezes quando recebia reclamações de caminhoneiros ou sobre obstruções nas estradas.”
Vasques ainda afirmou que nunca usou seu cargo para beneficiar Bolsonaro nas eleições e que, ao menos na sua gestão, nunca houve interferência do ex-presidente no órgão.
No ano passado, o então diretor da PRF usou seu perfil nas redes sociais para pedir votos a Bolsonaro. Depois, ele apagou a publicação, alegando que gerou “polêmica”.
Desvio de finalidade contra ex-diretor da PRF
A oposição acusou os parlamentares governistas de desvio de finalidade no que tange à convocação de Vasques à CPMI. Boa parte dos questionamentos da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e dos parlamentares da base foi relacionada a questões da vida pessoal de Vasques, que vão desde um mestrado que ele fez na Espanha até o convite feito para que ele se tornasse diretor da PRF.
O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) acusou os governistas de “alimentar narrativas falaciosas” sobre o 8 de janeiro. O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) enfatizou que o ex-diretor da PRF não está ligado ao 8 de janeiro. “Silvanei não estava nas manifestações, não depredou nada nem prendeu ninguém naquele dia”, declarou.
Leia também: “O lado oculto do 8 de janeiro”, reportagem publicada na Edição 169 da Revista Oeste.
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