Durante sua participação na CPMI do 8 de Janeiro, o fotojornalista Adriano Machado, fotógrafo da agência Reuters, negou ter qualquer participação nos atos de vandalismo que aconteceram no Palácio do Planalto em 8 de janeiro deste ano.
Imagens divulgadas pelo Gabinete de Segurança Institucional, em abril, mostram momentos em que vândalos tentam invadir a antessala da Presidência da República, no Planalto.
Adriano também aparece nos vídeos e fotografa os manifestantes. De acordo com a oposição, os manifestantes fizeram “pose” para o profissional da imprensa captar as imagens.
À CPMI, Adriano explicou que, em um primeiro momento, foi até o Ministério da Justiça e só depois foi ao Planalto. O fotógrafo informou ainda que é setorista do Palácio e que trabalha na Reuters desde 2016. “Cobri as ações do 8 de janeiro credenciado como profissional de imprensa”, contou.
“Às 15h45, percebi que uma pessoa foi ao gabinete da Presidência”, explicou o fotojornalista. “Permaneci no local de maneira discreta. Às 15h55, outras pessoas chegaram ao local e forçaram a entrada na porta de vidro. Como profissional, registrei aquele momento de forma discreta. Quando eles abriram a porta de vidro, entrei para registrar todo o acontecimento, pois sou fotojornalista. Mas o clima era muito instável e temia pela minha segurança.”
Em seguida, conforme Adriano, os manifestantes perceberam a presença dele e ele foi cercado. Os vândalos teriam questionado o fotógrafo sobre o motivo de ele estar no local. Adriano, então, explicou que estava no Planalto a trabalho, pois é fotojornalista.
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“Naquele momento, eu só queria sair do local”, continuou. “Estava nervoso por ter sido tão repreendido. Não conhecia nenhuma daquelas pessoas. Na porta de saída, um deles me abordou e pediu para eu apagar as fotos. Após confirmar que tinha apagado algumas fotos, ele me cumprimentou. Não tinha escolha a não ser cumprimentá-lo de volta. Isso pareceu uma boa maneira de aliviar a tensão. Temia pela minha vida.”
O fotógrafo da Reuters ainda destacou que a agência de notícias treina os profissionais para que saibam como agir em momentos de extrema pressão. “Como fotojornalista, o meu dever é reportar os atos como ocorrem”, disse.
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MUITO ESTRANHO.
Como é que foi avisados deste suposta invasão ?
Não é o que as imagens mostraram.
Estranho só ele estar ali para registrar as imagens.
Em algum momento ele apresentou seu credenciamento para cobertura dos fatos do dia 8 ? Foi o único jornalista presente e a registrar dentro dos prédios a ações de alguns marginais, nenhuma outra empresa dispunha de jornalistas cobrindo as ações internamente, a imagens foram disponibilizadas pelas câmaras internas dos respectivos prédios.