Marcos do Val leva mala para o Senado: 'Não tenho outro lugar para ficar'

Depois de ter as contas bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) levou, na terça-feira 3, uma mala para o plenário da Casa. O parlamentar alegou não ter mais para onde ir.

Após o bloqueio dos recursos financeiros, o magistrado autorizou o desbloqueio de 30% do salário do senador. O percentual equivale a R$ 13,2 mil da remuneração bruta de R$ 44 mil de um senador da República. Mesmo assim, Do Val disse que dormiria no Senado na madrugada de ontem.

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“Estou vindo aqui com minhas roupas e vou ter que morar no Senado”, disse o senador capixaba no plenário ontem. “Não no meu gabinete, porque lá é um local de trabalho; eu vou achar algum corredor e vou morar aqui, vou deitar e vou dormir até quando perceber que isso foi um pesadelo, que isso não era real. Ficarei aqui no Congresso, porque eu não tenho outro lugar para ficar.”

Ainda no plenário, Do Val disse que estaria precisando pedir ajuda à sua assessoria para dividir “o que eles têm”. “Não vou pegar dinheiro, senão vão achar que é rachadinha e não sou louco de fazer isso”, explicou.  

Procurado por Oeste, o senador disse que, “durante a madrugada”, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pagou uma hospedagem em um “hotel simples” para ele dormir e se alimentar enquanto seus recursos financeiros estão bloqueados.

O parlamentar explicou ainda que vai sair da hospedagem apenas “quando tiver condições de pegar as despesas e alimentação”. Ele ainda destacou não ter recursos para voltar ao Estado, pois veio a Brasília com milhas.

Em agosto deste ano, o STF determinou que R$ 50 milhões em bens de Marcos do Val fossem bloqueados por descumprimento de ordens judiciais.

Conforme dados da transparência do Senado, Do Val fez uso de imóvel funcional entre janeiro e agosto deste ano. O imóvel — já equipado e sem custos adicionais fixos — é um apartamento que é disponibilizado aos parlamentares. De acordo com o senador, o imóvel está “fechado por não ter luz, faxineira, e refeição”.

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