As duas últimas sessões realizadas na Câmara dos Deputados foram marcadas por críticas de alguns deputados contra a forma como o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), pauta as matérias em plenário.
Nos dois dias, parlamentares do PT ao PL protestaram ao dizer que a pauta só era disponibilizada pela Mesa da Casa minutos antes das sessões deliberativas que, por vezes, segundo eles, eram convocadas sem avisar.
Na quarta-feira 20, a maioria dos partidos entrou em obstrução por volta das 23h30, sendo: o bloco formado pelo PP com o União Brasil, PDT, PSB, Avante, Solidariedade, Patriota e a federação PSDB-Cidadania; o bloco MDB, PSD, Republicanos e Podemos; o PL; a federação PT-PCdoB-PV; o Novo; a federação PSOL-Rede; além da oposição e a minoria.
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“Não podemos mais aceitar esse escárnio com todos aqui, que é a pauta misteriosa, apresentada, quando muito, três horas antes de ser discutida aqui”, avaliou o deputado Chico Alencar (Psol-RJ). “Isso é uma violência contra a nossa assessoria, tão competente e dedicada. Isso é uma violência contra os nossos mandatos.”
O deputado Marcel van Hattem (Novo-SP) comparou a pauta do dia ao “Kinder Ovo”, que contém um brinquedo surpresa dentro.
“A pauta aqui é Kinder Ovo: abre com a ordem do dia, e não sabe o que virá”, declarou o deputado. “Não dá mais para continuar desse jeito, presidente. Precisamos nos respeitar.”
“A obstrução aqui não foi em relação ao mérito da matéria”, observou o deputado federal Helder Salomão (PT-ES). “Todos nós somos a favor do mérito, mas este Parlamento precisa ser respeitado.”
Na ocasião, outros parlamentares também se manifestaram em forma de protesto. Já na quinta-feira 21, as declarações dos deputados indignados continuaram, mas, desta vez, Lira respondeu Van Hattem, que comparou a pauta do dia novamente a um “Kinder Ovo”.
“Com todo respeito, os adjetivos sobre a pauta da Câmara… Vou começar a ser um pouco mais duro com essas ousadias parlamentares, que se confundem com liberdade de expressão”, disse Lira.
O deputado alagoano então explicou que a proposta apreciada em questão, que tratava sobre a violência nas escolas, foi um pedido da liderança da oposição, que disse ter combinado com toda o grupo, o que incluiria o deputado do Novo.
“Lhe garanto que essas coisas vão parar de acontecer”, continuou Arthur Lira. “Essas quebras de decoro vão ser apuradas. Não existe pauta Kinder Ovo.”
Conforme Arthur Lira, as matérias em discussão que tratariam de mérito na quinta-feira — crédito de carbono e apostas esportivas — eram anunciadas havia 20 dias com a possibilidade de votá-las.
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O lira que sofre da síndrome do rabo preso é um infiltrado da junta stf/lula. O problema com ele é que sua conduta subserviente já começou a ficar de conhecimento público.
Partido rico, sociedade pobre.