Ex-presidente da CPI das ONGs da Amazônia, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) entrou com um pedido de investigação na Procuradoria-Geral da República, nesta sexta-feira, 31, para apurar contratos firmados entre a multinacional Ambipar e o Ministério dos Povos Indígenas.
Durante 2024, o governo celebrou cinco tratativas (três delas, sem licitação) que, somadas, chegam a R$ 480,9 milhões. Todos envolvem a prestação de serviços em territórios indígenas, como locação de helicópteros e de aviões monomotores.
“A cada dia, aparecem novos negócios milionários de licitação também para fornecimento de aeronaves para a Funai”, disse Valério. “Temos a obrigação de barrar esse absurdo. E a negativa do ministério acabou sendo a confirmação de que estão escancarando as portas de 14% do nosso território para empresários que se tornaram bilionários da noite para o dia na Bolsa. O que pode estar por trás dessa explosão das ações na Bolsa é o que queremos saber.”
No ofício enviado à Procuradoria, Valério falou em uma “série de atos com flagrantes violações jurídicas, o que exigiria investigação imediata e severa do Ministério Público Federal”.
Outro contrato da Ambipar sem licitação
Em março de 2024, a Ambipar firmou contrato com o Ministério dos Povos Indígenas, com dispensa de licitação: R$ 185,9 milhões, também para a locação de aviões e helicópteros no território Yanomami.
A contratação sem disputa pública foi justificada com base na “situação humanitária” dos indígenas da região, que enfrentam graves problemas de saúde decorrentes da contaminação provocada pelo garimpo ilegal.
Leia também: “A CPI que abriu a caixa-preta das ONGs da Amazônia”, reportagem publicada na Edição 188 da Revista Oeste
A coluna No Ponto analisa e traz informações diárias sobre tudo o que acontece nos bastidores do poder no Brasil e que podem influenciar nos rumos da política e da economia. Para envio de sugestões de pautas e reportagens, entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail [email protected].