O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, se reuniram em São Paulo na última semana. Kassab descreveu a reunião como “casual”. O encontro ocorreu no Palácio dos Bandeirantes, enquanto aguardavam o governador Tarcísio de Freitas.
Segundo o jornal O Globo, ambos estavam a caminho do velório da bispa Keila Ferreira, da Assembleia de Deus do Brás. Durante a conversa, Bolsonaro não se limitou a discutir a questão da anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
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A jornalista Malu Gaspar, do Globo, informou que parte do diálogo foi dedicada às críticas de Bolsonaro a Luiz Inácio Lula da Silva. Ele focou as ações do presidente em relação ao Banco Central (BC) e às taxas de juros.
Bolsonaro teria afirmado que Lula cometeu um erro ao criticar Roberto Campos Netto, ex-presidente do BC, por questões relacionadas aos juros. Para o ex-presidente, a inflação deve continuar a subir, e os juros provavelmente se manterão elevados.
Ele acredita que essa situação impede Lula de responsabilizar Gabriel Galípolo, atual presidente do BC, pelas dificuldades econômicas enfrentadas.
Bolsonaro acredita que inflação vai influenciar na popularidade de Lula
O ex-presidente vê na alta da inflação e nos juros elevados uma oportunidade para que a popularidade de Lula diminua. Dados recentes do Datafolha mostram que a aprovação de Lula está no menor índice de seus três mandatos. Apenas 24% dos entrevistados avaliam seu governo como ótimo ou bom.
Além disso, 41% dos participantes da pesquisa consideram o governo Lula ruim ou péssimo. Essa avaliação reforça a análise de Bolsonaro sobre o cenário político atual.
Segundo o Globo, o encontro em São Paulo pode representar o começo de uma reaproximação entre Bolsonaro e Kassab. Em anos recentes, eles tiveram discordâncias em relação a diversos temas, o que inclui as eleições municipais, em que apoiaram candidatos opostos.
Durante a conversa, Bolsonaro deixou claro que não desistirá de sua intenção de concorrer à Presidência em 2026. Ele também expressou confiança na aprovação da anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro.
Segundo fontes próximas, a iniciativa de propor um novo diálogo partiu de Bolsonaro, que teria dito a Kassab: “Vamos conversar mais”.
