(J.R. Guzzo, publicado no jornal Gazeta do Povo em 23 de maio de 2022)
Anuncia-se entre os bem alimentados da Terra, com grande aflição, uma crise de escala mundial na produção, oferta e distribuição de alimentos. Essa falta ou escassez de comida estaria próxima, ou já chegou; mais e mais, nos próximos meses, populações inteiras estarão passando fome. É o que se prevê por aí. O secretário-geral da ONU, que faz declarações ainda publicadas pela mídia, falou de suas “preocupações” com o assunto. Uma revista de circulação internacional considerada, até alguns anos atrás, como uma das principais fontes de sabedoria da humanidade anunciou a vinda, em breve, de uma “catástrofe”. Os burocratas mais graúdos das entidades internacionais pagas para promover o bem-estar do mundo falam que a situação “é grave”.
A fome, dessa vez, não vem por causa da seca na África, ou de alguma desgraça natural no Terceiro Mundo; as vítimas, da mesma forma, não são apenas as populações miseráveis de sempre, amontoadas em barracas no meio do nada, com direito à exibição no horário nobre de crianças à beira da inanição e de gente com físico e cara de campo de concentração. Agora, segundo o consenso geral, o principal detonador da crise é a guerra da Ucrânia — e os atingidos, eventualmente, poderiam ser estômagos brancos, globalistas e revoltados com o aquecimento da calota polar. Sua produção, que tem um peso importante no abastecimento de trigo e de óleos vegetais para a Europa, está em colapso; os embarques internacionais estão parados por causa do bloqueio dos principais portos de exportação do país.
A crise alimentar que se anuncia equivale a um curso de pós-graduação na estupidez fundamental com que os países ricos se acostumaram a tratar a questão alimentar “no planeta”, como costumam dizer suas multidões de ambientalistas. Basicamente, e de um modo geral, as lideranças do Primeiro Mundo querem restringir ao máximo a produção agrícola e pecuária, em favor de uma suposta necessidade de “salvar a natureza” e de alimentar a população com “comida orgânica”, virtuosa e nutricionalmente correta. Ao mesmo tempo, querem que não haja nenhum tipo de fome no mundo. É uma proposição impossível. Com 8 bilhões de pessoas que precisam comer três vezes por dia, a única saída é fazer o contrário do que as sociedades ricas estão querendo — é produzir muito mais e muito melhor.
O Brasil, nesta equação, é um elemento-chave — e um exemplo notável de como a questão está sendo malversada. O agronegócio brasileiro, hoje, é fundamental para alimentar o mundo, mas é tratado pelos governos e elites da Europa e dos Estados Unidos como um inimigo da humanidade; nossa soja, milho e carnes estariam destruindo a “Amazônia” e ameaçando “o clima mundial”, razões pelas quais a produção nacional tem de ser “contida” imediatamente. Na calamidade alimentar que se anuncia para breve, o Brasil deveria estar sendo tratado como o principal fator de esperança para sairmos todos vivos ao fim da história. Deveria, mais do que tudo, estar sendo apoiado com o máximo de empenho pelo mundo desenvolvido; somos a possibilidade de solução, não o problema. Mas não é assim que está sendo.
Hoje em dia quem determina a política mundial em relação à produção rural brasileira, e todas as questões ambientais, socioeconômicas e políticas existentes em relação a ela, são o ator Leonardo DiCaprio, a índia Guajajara e os militantes de ONGs e facções da esquerda radical. A mídia mundial em peso, com a colaboração integral da brasileira, assina embaixo. Governos, entidades e grandes empresas estrangeiras dizem abertamente que o agronegócio brasileiro precisa ser “detido”. O presidente da França propõe, publicamente, a amputação de 5 milhões de quilômetros quadrados de território do Brasil — quer “internacionalizar” a Amazónia, que na sua opinião está em chamas e impede o resto do mundo de respirar. Não recebeu sequer uma carta de protesto pelo que disse.
Os países ricos, as multinacionais e as milícias ambientais “do planeta” têm diante de si uma realidade chocante: o Brasil, hoje, é um dos dois ou três maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo e, para conseguir isso, ocupa menos de 10% dos seus 850 milhões de hectares. O que aconteceria — ou melhor, o que acontecerá — com a sua posição mundial se passar a ocupar apenas 20% do território nacional, por exemplo? É perfeitamente sabido, da mesma forma, que o Brasil não precisará tocar em uma única árvore da Amazônia para dobrar, ou triplicar, sua produção rural; o cultivo de soja e milho, os principais produtos da agricultura brasileira, não tem absolutamente nada a ver com a Floresta Amazônica, e continuará não tendo. Até quando, então, será possível sustentar a mentira que o agronegócio brasileiro está “queimando árvores” e cometendo outros crimes ambientais?
A crise alimentar está aí, pelas razões que se sabe — entre elas, a limitação das áreas que podem ser aproveitadas para a agricultura nos cinco continentes. O Brasil é um dos poucos países do mundo que não têm esses limites. Pode, portanto, ajudar a si e a todos — se obedecer à lógica, não se dobrar a manifestos de artistas e fizer as coisas certas.
Leia também: “Ficção à venda”, artigo publicado em Oeste
Muito bem explicado, vamos juntos apoiar nosso Brasil para seguirmos em direção certa.
JRGuzzo está certíssimo! Um Soros financia as Saras para falar em nome das focas…
Faça a Sara ir capinar e produzir alimento. Morrem de fome, os dois…