O senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS) já denunciava, em 8 de fevereiro deste ano, o que julgava ser uma devassa persecutória no Brasil. Os alvos seriam aqueles que se manifestassem contra os arbítrios do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta terça-feira, 19, as declarações do parlamentar voltaram a circular. Isso ocorre em meio às prisões de quatro militares e um policial federal, acusados de organizarem um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com Mourão, esse tipo de operação poderia em criar pretextos para, passo a passo e de modo dissimulado, justificar um gradual avanço na perseguição a opositores políticos e, assim, abrir caminho para a instauração, no Brasil, de um regime autoritário.
“Nenhuma suposta ameaça ao Estado Democrátio de Direito justifica tal devassa persecutória”, disse. Acrescentou que “prendendo uns e caçando outros, tudo vai no sentido de suprimir a oposição política no país”.
Na época, as falas do senador faziam referências à prisão do ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, entre outras pessoas. Suas falas, contudo, se mostram compatíveis com o atual momento em que a PF decide prender mais militares ligados ao governo passado.
Conforme Mourão, a situação é grave, pois “nem Hitler ousou isso no começo de sua ascensão ao poder, limpando a área naquilo que ficou conhecido como caso Fritsch, que foi a demissão do então chefe do Estado-Maior da Alemanha”.
O discurso de Mourão, em fevereiro, denunciava que “tudo está sendo misturado para alcançar opositores políticos”. A conexão entre a fala no começo do ano e alguns fatos mais recentes se projetam, pelo menos, em dois exemplos.
O primeiro é o homem que portava fogos de artifício, mas foi comparado a um terrorista, a um homem-bomba que pretendia atacar o STF. E o segundo foi o estrago diplomático causado pela primeira-dama, Janja da Silva. Ou seja, seriam pretextos para uma nova leva de arbitrariedades.
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