O embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário de África e de Oriente Médio, disse, nesta quarta-feira, 11, que o Itamaraty tenta verificar a informação de que brasileiros estariam sendo mantidos reféns pelo grupo terrorista Hamas.
“Recebemos essa informação [sobre os reféns] e estamos procurando verificá-la, mas não temos ainda a confirmação de que existiriam reféns com nacionalidade brasileira”, disse Duarte a jornalistas. “Estamos buscando a informação.”
Há pouco, um porta-voz do Ministério da Defesa afirmou que há brasileiros entre os reféns na Faixa de Gaza.
Segundo as autoridades israelenses, há também reféns da Argentina. O governo do país do Oriente Médio não confirmou as identidades dos reféns. Também não há, nesse sentido, informações sobre as identidades dessas pessoas.
O grupo terrorista levou reféns para a Faixa de Gaza durante o ataque relâmpago contra Israel no sábado 7. Na segunda-feira 9, o Hamas chegou a afirmar que haveria uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território.
A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado.
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Desde a segunda-feira 9, foram confirmadas as mortes de dois brasileiros: Ranani Glazer e Bruna Valeanu. Além disso, a brasileira Karla Stelzer Mendes segue desaparecida. Ainda não é possível saber se ela seria refém do grupo terrorista.
“Até o momento, não temos nenhum detalhe [sobre o desaparecimento de Karla]“, explicou o embaixador. “Nossa embaixada está com estrito contato com as demais embaixadas.”
Há, ainda, a informação de que outra brasileira — Celeste Fishbein, de 18 anos — também segue desaparecida desde o início dos ataques terroristas do Hamas contra Israel.
Conforme Duarte, há um grupo de 30 brasileiros em Gaza, além de três estrangeiros que fazem parte da família deles. “O chanceler Mauro Vieira falou com o chanceler do Egito para fazer a retirada desses brasileiros por meio das terras egípcias”, explicou. Ao todo, há em Israel 14 mil brasileiros e, na Palestina, seis mil.
Brasil e Itamaraty se recusam a classificar Hamas como terrorista, grupo teria feito brasileiros reféns
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Apesar de a União Europeia e os EUA classificarem o Hamas como uma organização terrorista, oficialmente, o Brasil e o Itamaraty não reconhecem o grupo como tal.
O presidente Lula classificou os atos do Hamas como terroristas, mas não acusou diretamente o grupo. Contudo, inicialmente, o petista nem sequer mencionou o nome do grupo. Apenas hoje, Lula citou nominalmente a organização terrorista.
Ao ser interpelado sobre a possibilidade de o Brasil discutir internamente a mudança do tratamento dado ao Hamas, o embaixador se esquivou da pergunta e disse que o Brasil “condenou os ataques” do grupo.
“O Brasil, em seguida aos ataques, os condenou”, declarou. “O presidente condenou os ataques e o terrorismo. Essa é a posição do Brasil, muito claro e forte. Os desdobramentos políticos estão sendo tratados no Conselho de Segurança da ONU.”
O embaixador concedeu uma coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty. O ministro Aloysio Mares Dias Gomide Filho, diretor do departamento consular, também participou do encontro.
Se morrer algum refém brasileiro, garanto que o desgoverno brasileiro nunca irá confessar.