Tiago Pavinatto*
Moraes manda prefeito isso; Moraes manda governador aquilo; Moraes prende o governador; Moraes nega viagem a inocente… tem a prerrogativa da presunção de culpa alheia e, ainda, acredita (com a força da “pistis” paulina) nos confessores de culpa alheia; Moraes nega o Direito a quem o tem… nega ao próprio Direito o direito de ser Direito se esse Direito não for tão justo quanto o seu kelseniano juízo fundamental.
Moraes monitora insuspeitos; Moraes manda achar provas; abre processo; julga; nega recurso; aplica multa; executa a pena; Moraes prejulga no jornal; intimida por castigos exemplares.
Vitimado, Moraes prende; Moraes desfila em solenidades nacionais; recebe homenagens de quem precisa dele ou precisará; dá entrevista na TV; Moraes é aquele que sempre discursa mais (mesmo em evento alheio); Moraes tem acessos públicos de ira; Moraes não precisa cumprir a lei; Moraes manda cumprir a lei que não existe; Moraes julga a Constituição e não conforme a Lei Maior.
Moraes desconfia do chefe de Estado e Governo da maior democracia do mundo; Moraes define o que é arte e o que não é arte; o que é mentira e o que é verdade; o que é científico ou não; o que não se pode debater em público.
Moraes apequena seus 10 colegas, interrompe-os, repreende-os em público (“tenha dó!”); usurpa a si o nome “Supremo” e encoleira o CNJ; Moraes não se deixa investigar, porque nunca erra, porque sabe o que é melhor para todos para todo e sempre; ninguém pode duvidar nem reclamar (não pode e não deve sob os rigores do monopólio do uso da força policial).
Você é livre para duvidar que o corpo de Cristo esteja na hóstia consagrada, da virgindade de Maria; você pode não acreditar em um Deus pai, na Santíssima Trindade, no Espírito Santo em qualquer espírito ou nos orixás… Todavia, a ninguém é dado desacreditar de qualquer juízo do Todo-Poderoso Alexandre de Moraes. A Ele, toda honra e toda glória; agora e para o Senado.
A vida de Moraes vale mais que a vida de qualquer outra pessoa e o que seria criminoso para qualquer brasileiro, para Moraes, é o legítimo fardo do líder, aquele fardo do homem branco descrito por Rudyard Kipling ou, até mesmo, do motorista de uma perua Kombi que, num impasse, atropela, sem pestanejar, um casal de idosos a fim de salvar meia dúzia de passageiros amigos… e, se algum jornalista noticia o fato, é certo que o inquérito dessas duas mortes se voltará contra o autor do relato.
Quem poderá dizer que Moraes está errado? Afinal, por qualquer razão que se perceba, confirmará o mais prático dos solipsistas: A melhor democracia que existe é, sem sombra de dúvidas, aquela na qual a minha vontade sempre vence.
Leia também: “A estrada totalitária”, artigo de J.R. Guzzo publicado na Edição 252 da Revista Oeste
Tiago Pavinatto* é doutor, mestre em Direito Civil e graduado pela Faculdade de Direito da USP — Largo São Francisco. Professor doutor de Filosofia do Direito da FAAP. Escritor, advogado, jornalista e apresentador do Faroeste à Brasileira
Indivíduos assim só vicejam em um país de covardes incorrigíveis.
Se tivéssemos Senadores de verdade esse sujeito já estaria fora.
Como se chegou a este ponto? Quem dá o poder que ele esbanja? Quem sustenta tanta empáfia? É o que eu me pergunto. De onde vem este destemor das leis?
Pela primeira vez, tive que concordar com o autor do texto acima… Esse “senhor do céu e da Terra calvo” tem que malhar os glúteos… Muito!!
Se é que me entendem… :/
EU DUVIDO E NÃO ACREDITO NESSE CABEÇA DE OVO DE AVESTRUZ; VTNC XANDÃO!
ESSE DESGRAÇADO AINDA VAI SER PRESO. MEU SONHO É VER ESSE BANDIDO NA CADEIA. ISSO É UMA VERDADEIRA BOSTA.
Resumindo um DITADOR.
Um belo texto para quem faz apontamentos sobre o perfil de Moraes. Pavinatto levanta em seu texto um Moraes que se ergue acima dos mortais, um “deus” que tudo pode. Dá ordens a prefeitos. Dá ordens a governadores. Manda prender generais porque acha que pode, que o diga Braga Neto. Moraes cassa atos presidenciais, exemplo, a graça que Bolsonaro concedeu a Daniel Silveira. Moraes cria teorias e sobre elas manda prender mais de mil pessoas e centenas para a cadeia. Moraes manda em qualquer um, manda em todos. As pessoas perguntam sobre o tamanho de seu ego. E perguntam, não politicamente, mas em cima de seus atos: Será que esse homem não está profundamente doente? A doença do delírio, que é um estado mental alterado que provoca uma visão distorcida da realidade. O delírio que o faz fantasiar que um deus acima de tudo e de todos… É algo a ser levado a sério.
Nada. É uma pessoa normal… Só que com as costas esquentadas pelo Deep State, George Soros e o serviço secreto americano do Tio Biden (não é teoria da conspiração… Dá uma geral no Twitterleaks… Muita coisa interessante nesses arquivos vazados…), e com uma índole ruim, e uma visão distorcida das suas funções.
Um bosta!!
TUDO TEM UM LIMITE. PARA TODOS,SEM EXCEÇÃO….A HISTÓRIA PROVA ISSO.