O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 23, que tem se aproximado dos partidos de centro pensando na governabilidade. “Eu sou obrigado a fazer isso daí”, afirmou o mandatário em entrevista à rádio 92.1 FM de Mato Grosso do Sul.
Bolsonaro destacou que o “centrão” conta com aproximadamente 200 dos 513 deputados federais: “Se eu rejeitar esses 200, fico com 300. Desses 300 que sobram, tem metade que é do PT, PCdoB, PSOL, Rede, Cidadania, que não têm realmente nada em afinidade conosco e sempre votaram contra a gente”.
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“Tirando os partidos e centro e de esquerda, sobrariam 150 deputados. Com 150, não vou a lugar nenhum. Então, a minha aproximação com os partidos de centro é pela governabilidade”, disse o presidente, que finalizou: “Se alguém tem alguma bronca contra qualquer parlamentar não se esqueça que foram vocês que colocaram eles aqui dentro”.
Nesta semana, Bolsonaro divulgou que fará mudanças ministeriais nos próximos dias. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) será o ministro-chefe da Casa Civil, a pasta mais importante do governo. O parlamentar também é o presidente nacional do Progressistas, partido do “centrão”.
Partido para disputar a eleição de 2022
Na entrevista, Bolsonaro assumiu publicamente sua intenção de comandar a legenda que venha a abrigar sua candidatura à reeleição no ano que vem. “Tentei e estou tentando partido que eu possa chamar de meu”, declarou. “Está difícil, quase impossível!”, lamentou. Segundo ele, o PP passa a ser uma “possibilidade de filiação”.
Bolsonaro é um político com 3 décadas de experiência. Sabe bem com quem está lidando. Sua sobrevivência é a sobrevivência de um projeto de país vitorioso nas urnas mas inviabilizado por instituições metodicamente aparelhadas ao longo de vários governos de esquerda. Cabe ao povo, de diversas formas, reverter esse quadro, mas isso não será da noite para o dia. Todo mundo sabia que não seria da noite para o dia. Bolsonaro precisa sobreviver e abrir caminhos para as mudanças necessárias, que podem demorar décadas, também.