O governo da Bahia anunciou nesta semana que vai pagar ao governo de Mato Grosso R$ 1 bilhão pela compra de trens para um projeto de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O sistema deve ser implantado na capital, Salvador, e na região metropolitana.
Os veículos estão estacionados há mais de uma década em um pátio na cidade de Cuiabá. O negócio envolveu o governador baiano Jerônimo Rodrigues (PT) e o mato-grossense Mauro Mendes (MDB). O pagamento será em quatro parcelas anuais.
Corrupção durante a Copa
Há mais de um ano a Bahia tentava concluir o negócio. O Tribunal de Contas da União (TCU) mantinha o processo paralisado. O motivo eram restrições jurídicas.
Definida pelo governo de Dilma Rousseff (PT) como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, Cuiabá planejava usar os trens para facilitar o transporte do público até a Arena Pantanal, local das partidas.
No entanto, o projeto não saiu do papel em consequência de irregularidades, como suspeitas de corrupção e rescisão contratual com a concessionária.
Bahia e Mato Grosso fazem acordo com TCU
Depois de sete ações judiciais entre Mato Grosso e o consórcio responsável pelo VLT, foi estabelecido um acordo com o TCU. Os governos envolvidos se comprometeram a melhorar a logística e a mobilidade urbana de seus respectivos estados.
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Com a transação, o projeto de VLT na Bahia terá 40 composições formadas por sete carros cada, além de trilhos, materiais de telecomunicações e sistemas de energia.
Segundo o governador Jerônimo Rodrigues, a aquisição dos trens vai gerar uma economia estimada de R$ 350 milhões.
O projeto total deve custar R$ 3,2 bilhões. O plano é construir três trechos em um percurso de 36,4 quilômetros. Serão 34 paradas, segundo reportagem do jornal Gazeta do Povo. A conclusão da obra está prevista para 2027.
Em Mato Grosso, o governo pretende destinar parte dos recursos com a venda dos trens para a construção de duas linhas do Bus Rapid Transit (BRT) e para aquisição de ônibus. As obras devem começar neste ano.