Barroso se diz 'mártir do Direito' por ter recusado convite para abertura da Olimpíada

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse nesta terça-feira, 30, que recusou um convite para participar da cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris 2024 para visitar escolas públicas no Acre e em Rondônia. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

“Eu tinha um convite para ir na abertura da Olimpíada de Paris, mas eu tinha mesmo me comprometido a ir a Rio Branco, no Acre, e a Porto Velho, aproveitando o recesso para encontrar juízes, e eu sempre visito escolas públicas, e eu não quis desmarcar”, disse o ministro, durante um evento na sede da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro.

“Me considerei um pouco um mártir do Direito”, acrescentou. “Não fui a Paris, mas fui muito bem recebido, com carinho e alegria, em Rio Branco e em Porto Velho. Mas eu queria dizer que eu fui às Olimpíadas 2016, abertura aqui no Rio.”

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, se disse um "mártir do direito" por ter recusado um convite para participar da cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris. Na ocasião, ele viajou para visitar escolas públicas no Acre e em Rondônia. pic.twitter.com/6L6KwP5yWO

— Revista Oeste (@revistaoeste) July 31, 2024

Barroso diz que decisões da Corte atrapalharam combate à corrupção

Durante o mesmo evento, Barroso comentou que algumas decisões da Corte atrapalharam o combate à corrupção no Brasil e citou três casos em que foi derrotado nas votações do plenário.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

Ele se referiu ao fim da prisão em segunda instância, à submissão do afastamento do então senador Aécio Neves (PSDB) ao Senado e à anulação de sentenças devido à ordem de fala de delatores nos processos.

Em entrevista depois do evento, o presidente do Supremo afirmou que não descarta a criação de um código de conduta para os ministros do tribunal.

Leia também: “Presidente do STF afirma que Brasil não terá eleições como as da Venezuela”

“Não descarto a ideia”, afirmou. “Não chamaria de um código de conduta, mas talvez de uma consolidação de princípios já praticados, mas que não custa nada colocar no papel.”

Nos últimos meses, a Corte enfrentou episódios controvérsios, como o pagamento de R$ 39 mil em diárias para um segurança do ministro Dias Toffoli durante uma viagem ao Reino Unido, que incluiu ida à final da Champions League.