O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) se apresenta como um dos mais fortes opositores do governo Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara Federal. Não à toa, assinou quatro pedidos de impeachment contra o presidente e assinou uma interpelação judicial contra o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
Para Nogueira, a oposição terá de manter seu papel até as eleições municipais de 2024, quando os partidos avessos ao petismo terão a possibilidade de eleger políticos alinhados às ideias conservadoras.
“A oposição está coesa e forte, para barrarmos os desmandos de Lula”, afirmou o congressista. “O Partido Liberal está se articulando para lançar nomes na grande maioria dos municípios e contará com a força e o prestígio do maior líder político do Brasil, Jair Bolsonaro, para eleger o maior número de prefeito pelo país. O bolsonarismo não acabou.”
A seguir, os principais trechos da entrevista.
O PL seguirá na oposição ao petismo?
A oposição está coesa e forte, para barrarmos os desmandos de Lula. Recentemente, foi divulgado um levantamento com os parlamentares que menos votaram com o governo Lula. Estou nessa lista, figurando na quarta posição. Posso citar o projeto de decreto legislativo que apresentamos nesta semana para derrubar o decreto absurdo que restringe ainda mais o acesso dos cidadãos de bem ao porte de armas. Esse projeto de decreto legislativo é uma das diversas batalhas que estamos travando aqui no Congresso Nacional. Tenho convicção de que, ao fim disso tudo, venceremos a guerra.
Um dos assuntos que geraram debate entre opositores do governo foi a reforma tributária. Como o senhor avalia a proposta?
Como disse o presidente Bolsonaro, essa reforma tributária é um socialismo a conta-gotas. Uma paulada no capitalismo. Ela centraliza o poder no governo federal e permite que Lula sobretaxe insumos e produtos de diversos setores, da saúde ao meio ambiente. É um cheque em branco nas mãos desse irresponsável, que pode prejudicar ainda mais os produtores rurais. Eu, como deputado federal, tenho muito receio da perda de receita de Mato Grosso do Sul, porque não temos logística nem temos população de consumo — se nos compararmos com São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros grandes centros. O governo está querendo jogar a conta dessa reforma tributária para o agronegócio pagá-la. É com muita preocupação que estamos olhando e defendendo esse setor, que depende dos incentivos que estão correndo risco de serem cortados.
Como o PL trabalha para fortalecer as candidaturas do partido para as eleições de 2024?
As eleições municipais são o primeiro passo para as eleições de 2026. Não se pode desprezar a força que têm os vereadores e prefeitos. O PL se tornou o maior partido do Brasil, com a maior bancada de deputados, e o único partido que realmente defende os valores conservadores. A legenda está se articulando para lançar nomes na grande maioria dos municípios e contará com a força e o prestígio do maior líder político do Brasil, Jair Bolsonaro, para eleger o maior número de prefeito pelo país. O bolsonarismo não acabou. Aguardem 2024 e terão a prova disso.
Qual é a importância da CPI do MST?
A CPI do MST é de suma importância para nosso país. É necessário ir a fundo, para descobrirmos quem são os financiadores e os articuladores. É preciso saber quem ordena as invasões, quais crimes são cometidos por esse movimento criminoso e se há algum envolvimento do PT e do governo Lula com esses crimes. Cabe destacar que despencaram abruptamente as invasões desde que a CPI foi instalada. Apenas esse dado já revela a necessidade dos trabalhos dessa comissão, os quais já estão revelando as situações sub-humanas em que vivem as pessoas mais humildes que são usadas como massa de manobra do MST.
Como os produtores rurais veem as ações do governo Lula voltadas para o agronegócio?
Desde a campanha eleitoral, Lula já vinha prometendo que iria acabar com o agronegócio. Logo no começo de seu mandato, ele adotou esse setor tão importante para o Brasil como seu inimigo número 1. Lula pôs seu governo para sufocar os produtores rurais — basta olharmos suas ações. Entre elas, estão a suspensão de linhas de crédito do BNDES ao setor, o retorno da indústria da multa, o confisco de gado pelo Ibama, a perseguição do Ministério do Trabalho e as nomeações de membros do MST em cargos chaves do governo. Todas essas ações elencadas aqui estão causando uma recessão muito grande no agronegócio. As indústrias de insumo e maquinário tiveram uma queda enorme de vendas por conta desse asfixiamento ao setor. Sentimos que o produtor está com muito medo de investir, em razão desse cenário desestimulante.
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Sufocar o Agronegócio é como matar a galinha dos ovos de ouro.
O Brasil não sobrevive com as 28 toneladas de arroz orgânico produzidos anualmente pelo MST.
A eleição de 2024 mostrará isso.
Desculpe-me, mas é preciso esmiuçar logo o que seria bolsonarismo, e deixar claro isso, para que este período de lutas nas se perca em nossas vidas e na história do Brasil!
Se bolsonarismo representar o conservadorismo e certo grau de liberalismo, ok. Mas sejamos honestos, o conservadorismo e liberalismo não representam o bolsonarismo.
Quem representa o conservadorismo e liberalismo somos nós, os pagadores de impostos, que sim, votaram nele, pois foi ele que colocou em prática o caminho da eficiência do Estado na economia (liberalismo), e valores do cidadão acima de qualquer mudança em forma de lei ou política pública (conservadorismo).