Para o presidente, o setor deve abrir de forma gradual a partir da próxima semana
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Nesta quinta-feira, 2, o presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, e pediu aos governadores que revejam suas posições e decretos para que a população não sofra os efeitos econômicos causados pela pandemia do coronavírus.
Segundo o presidente, ele já tem um decreto pronto que pode determinar a reabertura do comércio e atividades não essenciais.
“Eu tenho um projeto pronto na minha frente, para ser assinado, se preciso for, considerando atividade essencial toda aquela, exercida por homem ou mulher, que seja indispensável para que se leve o pão para casa todo dia”, afirmou Bolsonaro.
“Entre morrer de vírus e de fome, depressão e suicídio, eu, como chefe de Estado, tenho que decidir. Se tiver que chegar esse momento, vou assinar. Por isso, apelo aos governadores e prefeitos que revejam suas posições”, disse.
Bolsonaro criticou o fechamento de casas lotéricas em algumas cidades e defendeu o funcionamento delas como serviço essencial para a população: “Nós tínhamos no Brasil 3 mil casas lotéricas fechadas por decretos de governadores e prefeitos. Isso é um absurdo. Tem cidade em que a casa lotérica funciona como banco, para o elemento sacar o dinheiro do Bolsa Família. Esses excessos precisam ser corrigidos”, explicou.
Ao ser questionado sobre a assinatura do decreto, ele respondeu: “Um presidente pode muito, mas não pode tudo. Tem gente no Congresso que só espera um tropeção meu; só posso tomar certas decisões com o povo ao meu lado”.
O presidente afirmou que, se na semana que vem o comércio não começar a reabrir de maneira gradativa, “com certeza” o governo federal vai ter de tomar a decisão. “O mais prudente é abrirmos de forma paulatina o comércio na próxima segunda-feira. O Brasil não vai aguentar. Se estão pensando em sufocar a economia para desgastar o governo, a população já sabe”, disse o mandatário.
Em relação aos pedidos para que deixe o cargo, Bolsonaro assegurou que, de sua parte, “a palavra renúncia não existe”.
A respeito da possibilidade de trocar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente respondeu que não pretende demiti-lo no “meio da guerra”, mas reforçou que em seu governo nenhum ministro é indemissível.
Entretanto, o presidente deixou claro o desgaste com o ministro: “Mandetta já sabe que estamos nos bicando há algum tempo”. O ministro da Saúde defende o isolamento total da população neste período, ideia que contraria a postura de Bolsonaro para combater a crise.