Bolsonaro sobre a PF: 'Não interfiro em nada'

O presidente afirmou que não se envolve no funcionamento da Polícia Federal e que o diretor-geral tem autonomia na instituição

Em conversa com jornalistas na manhã de hoje, terça 5, na porta do Palácio da Alvorada, o presidente da República, Jair Bolsonaro, negou qualquer interferência no trabalho da Polícia Federal.

“Não interfiro em nada. Se ele fosse desafeto meu e eu tivesse ingerência na PF, ele não ira para lá.” O presidente estava se referindo ao superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Carlos Henrique de Oliveira, que foi convidado pelo novo diretor-geral do órgão a assumir a direção-executiva da corporação.

O presidente está sendo muito cobrado desde que Sergio Moro pediu demissão do comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública ao não concordar com a demissão de Maurício Valeixo e acusar o presidente de tentar interferir em investigações.

A superintendência do Rio de Janeiro é a responsável pela investigação do esquema de rachadinha da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que tem como um dos suspeitos o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente da República.

O presidente tentou nomear o diretor da Abin, Alexandre Ramagem, para o comando da PF, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes barrou a nomeação. Ontem, o braço direito de Ramagem, Rolando Alexandre de Souza, assumiu a direção da PF.

Na conversa com os jornalistas, o presidente criticou duramente a capa da edição de hoje do jornal Folha de S.Paulo, cuja principal manchete diz: “Novo diretor da PF assume e acata pedido de Bolsonaro”.

“Isso é uma patifaria. Folha de S.Paulo, um jornal patife e mentiroso”, afirmou o presidente, muito exaltado, e completou: “É uma manchete canalha, mentirosa e vocês da mídia, grande parte, tenham vergonha na cara”.