Centrão é contrário ao adiamento das eleições e vai se opor à PEC aprovada no Senado que altera as datas para 15 e 29 de novembro
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai ter de se articular muito bem se quiser evitar uma saia-justa com o Senado. O Centrão não quer aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2020, dos senadores, que adia o primeiro e o segundo turno das eleições municipais.
Pelo sim, pelo não, a tendência, apontam alguns, é que Maia respeite a maioria na Câmara e convença os senadores e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a manter as datas atuais. Ou seja, o primeiro turno em 4 de outubro e o segundo em 25 de outubro. “Será mais fácil”, sustenta uma liderança partidária.
O Centrão ficou na bronca por não ter sido chamado para construir a matéria com a oposição. O senador Weverton Rocha (PDT-MA) ouviu a minoria e a oposição na Câmara quando compôs o relatório da PEC 18/20. Mas não os líderes do Centrão, apontam parlamentares ouvidos por Oeste.
A oposição na Câmara, que é minoria, está avisada de que é impossível aprovar a PEC na Casa sem consenso com o Blocão. E a possibilidade de convencer os líderes é baixa. “Ninguém vai querer mexer com nada, até para não mexer no fundo [eleitoral] também, porque vão querer cortar fundo e outras coisas”, explica um líder.
Consultas
O posicionamento de não postergar não está restrito aos líderes, pelo contrário. Eles estão levando a proposta por meio de consultas a suas bancadas. O retorno, entretanto, tem sido de oposição ao adiamento. No Republicanos, o presidente nacional do partido, Marcos Pereira (SP), vice-presidente da Câmara, calcula junto com o líder, Jhonatan de Jesus (RR), que, dos 32 deputados, apenas dois são favoráveis à protelação das eleições.
O Republicanos não é o único. O líder e presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), também levou a demanda à bancada, que se posicionou, por maioria, contrariamente. O líder do PP e do Centrão, Arthur Lira (AL), obteve o mesmo retorno dos deputados. O mesmo vale para os líderes e deputados do DEM, Efraim Filho (PB), e do PSD, Diego Andrade (MG), entre outros.
Bagunça
A leitura feita pelos partidos é que o adiamento trará pouco ou nenhum resultado na prevenção ao coronavírus. “Vai criar uma bagunça, uma mudança radical em todos os planejamentos, por um resultado zero ou muito baixo. Não faz sentido adiar por conta de 15 dias ou um mês, essa é a razão”, sustenta um vice-líder.
Os poucos parlamentares que defendem o adiamento das eleições buscam fatores condicionantes, como o aumento do tempo de televisão. E não há clima político para fazer isso na Câmara.
Colaborou Wesley Oliveira
Meodeos, que egoísmo e falta de humanidade. Imagina todo mundo colocando o dedão nas teclas contaminadas das máquinas de votação e pegando o coronavirus.
Também sou contra a mudança. Não faz diferença. E até lá, a COVID já se foi, com certeza.