Um candidato a vereador em uma cidade do interior de Sergipe, Marcos Aurélio Andrade Gonçalves, conhecido como “Marcos O Careca da Ilha” (Mobiliza), se destacou como o maior beneficiário de uma doação bilionária nesta campanha eleitoral.
Marcos é servidor público municipal e nasceu em São Cristóvão (SE), mas busca uma vaga na Câmara Municipal de Barra dos Coqueiros (SE), um município com menos de 30 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O beneficiário recebeu uma doação de mais de R$ 600 bilhões de Sandra Regina Andrade Gonçalves da Silva, uma aposentada que, provavelmente errou ao preencher os dados da doação no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tanto que o valor da “doação” não consta mais no registro da Corte.
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Esse valor lideraria o ranking das maiores doações eleitorais do país. Superaria, por exemplo, os mais de R$ 3 milhões doados pelo bilionário Rubens Ometto, dono da Cosan.
Candidato a vereador não poderá utilizar doação
A Justiça Eleitoral autoriza doações de pessoas físicas para campanhas, desde que não excedam 10% dos rendimentos declarados à Receita Federal. A ideia é garantir transparência e controle no financiamento privado.
Para que a doação de R$ 600 bilhões fosse válida, Sandra Regina teria que ter declarado uma renda de R$ 6 trilhões. Valor que, a saber, ultrapassa significativamente o Produto Interno Bruto do Brasil, tornando a quantia altamente improvável.
Além disso, o TSE limita os gastos de campanha. No caso de “Marcos O Careca da Ilha”, o máximo permitido é de R$ 15 mil para a campanha de vereador em Barra dos Coqueiros. Regra que impossibilitaria o uso de qualquer “doação” bilionária.