Carla Zambelli defende atos pacíficos

Deputada federal questiona prisão da ativista Sara Winter, mas intervém por protestos pacíficos, que ajudem o presidente Jair Bolsonaro. Ministros da Secretaria-Geral e da Justiça também saem em defesa à democracia

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) se posicionou nesta segunda-feira, 15, sobre a prisão da ativista Sara Winter. A parlamentar questionou se era necessário prendê-la e se outras medidas não seriam cabíveis antes. Mas ponderou mais seus comentários em defesa de manifestações pacíficas a favor do governo.

Inclusive, Zambelli disse que recomendou que o grupo “300 do Brasil” e Sara Winter, líder do movimento, “baixassem a temperatura”. “Estamos em meio a uma pandemia, uma quarentena que está levando milhões à fome e desemprego. Pedi há alguns dias à própria Sara que baixassem a temperatura por conta deste momento”, destacou.

A ativista acabou fazendo o contrário, ressalta Zambelli. “Aumentou a temperatura e tem uma personalidade explosiva”, analisou. Entretanto, a deputada cita que “nem de longe” a ativista presa é uma pessoa perigosa. “Estamos em tensão constante, pois membros do STF [Supremo Tribunal Federal] vem invadindo os poderes Legislativo e Executivo”, sustentou.

Sara Winter foi presa aparentemente por conta dos fogos q soltaram no sábado em frente ao STF.

Mas estamos em meio a uma pandemia, uma quarentena q está levando milhões à fome e desemprego.

Pedi há alguns dias à própria Sara que baixassem a temperatura por conta deste momento.

— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) June 15, 2020

A deputada defendeu que o momento é de união e manifestações pacíficas, que ajudem o governo, e não criem mais cisão política. “Precisamos nos unir! Unir em torno do governo, pois, estamos no momento mais duro da República, pós Constituição. Vamos nos manifestar pacificamente, buscando ajudar o presidente Jair Bolsonaro”, ponderou.

Igualmente ativista e fundadora do Nas Ruas, Zambelli ressalta que sempre foi adepta a protestos pacíficos. “Me revoltei muitas vezes contra ministros do STF e mostrei essas indignações através dos ‘bonecos’ de alguns deles. Chegaram a me denunciar na Polícia Federal por grave ameaça à ordem pública”, comentou.

Ideais

A parlamentar não foi a única a se posicionar favoravelmente pelo fim da tensão política entre manifestantes defensores do governo e os demais poderes. No domingo, 14, o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, se posicionou contrariamente a manifestações que ataquem o STF ou qualquer instituição de Estado.

O ministro é amigo pessoal do presidente da República e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Foi, inclusive, assessor de seu gabinete. “Ataque ao STF ou a qualquer instituição de Estado é contrário à nossa democracia, prejudica nosso país, e deve ser repudiado. Atitudes e pensamentos individuais não são mais importantes que nossos ideais”, disse Oliveira.

Ataque ao STF ou a qualquer instituição de Estado é contrário à nossa democracia, prejudica nosso país, e deve ser repudiado. Atitudes e pensamentos individuais não são mais importantes que nossos ideais. @govbr @stf_oficial @senadofederal @camaradeputados @mpf_pgr @TCUoficial

— Jorge de Oliveira Francisco (@jorgeofco) June 14, 2020

Respeito

O ministro da Justiça, André Mendonça, foi outro a ponderar sobre o atual momento. “A democracia pressupõe o respeito às suas instituições democráticas. Qualquer ação relacionada à Presidência da República, ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal ou qualquer instituição de Estado deve pautar-se por esse respeito”, avaliou.

2º. A democracia pressupõe o respeito às suas instituições democráticas. Qualquer ação relacionada à Presidência da República, ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal ou qualquer instituição de Estado deve pautar-se por esse respeito.

— André Mendonça (@AmendoncaMJSP) June 14, 2020