Depois de ser cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) por suposto uso de verba pública de campanha eleitoral para fazer harmonização facial durante as eleições de 2022, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) disse, nesta quinta-feira, 20, que o comprovante do procedimento é “falso”.
De acordo com a ação, Silvia Waiãpi teria determinado que uma assessora de campanha repassasse R$ 9 mil para um cirurgião-dentista depois de receber verba oriunda do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). O repasse teria ocorrido em 29 de agosto de 2022, mas a parlamentar alega que esteve no consultório do especialista um dia depois para que ele gravasse um vídeo em apoio a campanha dela, que disputava o posto de deputada.
+ Leia as últimas notícias de Política no site da Revista Oeste
“O que mais me espanta é que, dez dias depois da gravação desse vídeo, ela tenha ido ao consultório desse dentista e ela já não era mais a minha coordenadora de campanha porque ela se demitiu, mas ela pegou um recibo que diz que foram feitos tratamentos dentários, mas não fiz tratamento dentário e nem harmonização facial”, disse Silvia Waiãpi em vídeo divulgado.
“É um recibo falso, que ela foi pegar em meu nome, sem sequer eu saber que ela estava indo lá. Não houve saída de dinheiro da minha conta”, continuou. “Nem pessoal, nem da conta de campanha para esse dentista.”
+ Para Toffoli, impulsos racistas motivaram proibição de drogas
A decisão do tribunal, que é da quarta-feira 19, foi unânime. Mas a deputada pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No processo, a parlamentar negou irregularidades e afirmou que suas contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. A deputada disse que soube sobre a cassação pela imprensa.
Ministério Público Eleitoral diz que Silvia Waiãpi fez repasse de R$ 9 mil a cirurgião
O Ministério Público Eleitoral (MPE) afirma que foram feitos dois repasses em 29 de agosto daquele ano. O primeiro, no valor de R$ 2 mil, e o segundo, de R$ 7 mil.
O caso foi levado ao Ministério Público pela própria assessora de Silvia Waiãpi. Durante a sessão da quarta-feira 19, os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá acompanharam trecho do depoimento prestado pelo cirurgião-dentista, que confirmou ter recebido pagamento pelo procedimento estético da então assessora eleitoral da parlamentar.
Durante o julgamento, o MPE apresentou recibos do procedimento estético feito pela deputada.
Em nota, a assessoria de Silvia Waiãpi informou que soube da cassação pela imprensa e destacou que as contas já haviam sido julgadas e aprovadas pelo TRE-AP. A nota informou ainda que a deputada não foi intimada e nem seus advogados sobre o julgamento.
Alguma dúvida de que é perseguição?