O colapso ambiental que cerca a cidade de Maceió, em Alagoas, fez o senador Renan Calheiros (MDB-AL) pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os líderes da Casa para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem.
A Oeste, o senador disse que pediu a Pacheco e aos líderes que deem celeridade as indicações para a instalação do colegiado. O requerimento da CPI foi lido em outubro deste ano.
O objetivo da comissão é apurar a responsabilidade da Braskem no desastre ambiental que ameaça o município. A Braskem não teria cumprido a reparação de danos aos moradores da cidade.
“O Presidente Pacheco já leu a CPI, calculou a proporcionalidade e pediu para os líderes indicarem [os nomes]“, contou Renan a Oeste. “Ele tem apoiado a CPI. Se os líderes não indicarem, e apenas dois disseram que não queriam indicar pelo fato da controladora ser do seu Estado, vamos pedir ao STF para, em substituição aos líderes, o Pacheco indique, como aconteceu com a CPI da Covid.”
Segundo Renan, até o momento, apenas o MDB indicou os membros da CPI, sendo ele e o senador Fernando Farias (AL).
“O agravamento da circunstância demonstra a ineficácia do acordo do Ministério Público, da Braskem e da Prefeitura de Maceió”, continuou o parlamentar. “Isso tudo só demonstra que a CPI é absolutamente necessária.”
A mina da Braskem, que pode colapsar a qualquer momento, está se aprofundando a uma velocidade de 2,6 centímetros por hora, de acordo com o boletim da Defesa Civil, emitido nesta sexta-feira, 1°.
Segundo o órgão, nas últimas 24 horas, o deslocamento vertical acumulado superou 1,4 metro. Na quinta-feira 30, a Defesa Civil decretou estado de alerta máximo durante o risco iminente de colapso do poço 18 da mina de sal-gema, que deixou de ser explorada pela petroquímica em 2019. O poço em questão está localizado no bairro Mutange.
CPI da Braskem
Em 14 de setembro, com 45 assinaturas, o senador alagoano protocolou o pedido de instalação do colegiado, que pretende investigar a atuação da petroquímica no afundamento de solo em Maceió.
+ Senador de Alagoas aponta suspeição de Renan Calheiros em CPI da Braskem
Apesar disso, conforme apurou a coluna, o governo pediu que os senadores da base não assinassem o requerimento de Calheiros.
Em Maceió, os trabalhos da Braskem causaram movimentações no solo, que levaram ao afundamento de cinco bairros.
Em 21 de julho, a empresa anunciou que fechou um acordo de R$ 1,7 bilhão com a prefeitura. A ideia é fazer uma compensação e ressarcimento integral em relação a qualquer dano causado pelas operações.
Segundo Calheiros, o acordo é “duvidoso” e mais de 200 mil pessoas foram afetadas diretamente. “Queremos que eles resolvam com as vítimas, que foram afetadas”, concluiu o senador.
“Em Maceió, tivemos o maior crime ambiental do mundo”, argumentou Calheiros ao protocolar o requerimento. “Em função de uma mineração irresponsável, ditada pela necessidade de lucro selvagem, tivemos o afundamento de vários bairros de Maceió. Isso é inacreditável, pois o afundamento continua e 18 mil imóveis de vários bairros já foram indenizados, mas as vítimas não receberam nada além da indenização desses imóveis, ou seja, pela posse dos imóveis.”
Leia também: “‘CPI da Braskem também vai ser a CPI da Petrobras e da Odebrecht'”, diz senador alagoano
BNDES e PETROBRAS também são resposáveis e ninguém fala nada , só condenam a BRASKEN.
Pressão para venda da Braskem? Beneficiados: Oderbrecht e seus credores.
A farra é bilionária.
É tudo muito grave, e mais grave ainda é ter um senador como Renan Calheiros pedindo justiça.
Entre na fila. As vítimas de Mariana e Brumadinho também estão esperando por justiça e o STF está sentado em cima dos processos.